Radiografia virtual da Igreja mostra presença católica na Internet

A presença católica na Internet é cada vez maior, mas a Igreja Católica em Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer nesse campo. Esta é uma das convicções emergida na primeira sessão de trabalhos das Jornadas de Comunicação Social, a decorrerem em Fátima Num momento em que ainda há duas Dioceses sem presença na Internet e apenas 5% das paróquias se apresentam no espaço virtual, a Igreja procura olhar para os desafios que o futuro apresenta na Web. Paulo Rocha, director da Agência ECCLESIA, falou das potencialidades da Internet para a disponibilização de conteúdos diversificados (textos, sons e imagens), apontando para a possibilidade de criar um “portal audiovisual”, “no futuro”, com música, entrevistas ou notícias. Hoje, lembrou, “rádio, imprensa e televisão passam cada vez mais pela Internet”, pelo que a própria presença da Igreja neste espaço “poderia ser maior”, destacando também experiências locais feitas por profissionais, “com pouca visibilidade”. Quanto ao actual panorama, foi destacada a presença do portal ECCLESIA (www.ecclesia.pt) com informação institucional e a agência informativa da Igreja Católica (www.agencia.ecclesia.pt), com uma média de visitas diárias superior a 6 mil pessoas, para além das centenas de títulos regionais. Quanto à imprensa regional, ficou o desafio de apostarem em “notícias exclusivas”, potenciando a sua proximidade para abrir espaço a “reportagens com rosto”. O Pe. António Rego, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, admitiu que “estamos a viver um momento de perplexidade na imprensa escrita”, desafiando a imprensa de inspiração cristã a “definir-se pelo seu formato, os seus destinatários e a sua linguagem”. D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, disse, por seu lado, que “não falta presença da Igreja na Comunicação Social” e que o protagonismo da Igreja não é apenas “o protagonismo dos Bispos”, ideia reforçada por D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra e membro da mesma Comissão. Crise de transmissão A primeira conferência da tarde esteve a cargo do padre e poeta Tolentino Mendonça, que apresentou aos presentes o desafio de superar uma “crise de transmissão” que marca a comunicação no mundo moderno. Aludindo à capacidade “transformante” da linguagem cristã, já desde o tempo dos Apóstolos – num mundo que enfrentava um choque civilizacional, como hoje –, o director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura frisou que “a técnica é mais do que um instrumento”, determinando categorias antropológicas fundamentais. Neste sentido, deu como exemplo a “ontologia do telemóvel”, que altera o registo e o conteúdo da comunicação. Tal como nas primeiras comunidades cristãs, destacou, hoje é necessário “captar novos elementos como lugares possíveis da construção do presente cristão”. Aproveitar as novas linguagens dos tempos em que “o computador não é um instrumento, mas uma atmosfera” foi outros dos desafios apontados. “Estamos perante uma nova estação para o anúncio”, afirmou o Pe. Tolentino de Mendonça.

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Agência ECCLESIA

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