Rádio Renascença prepara o II Concílio do Vaticano

A Rádio Renascença, emissora católica portuguesa, criou em finais de abril de 1962 um programa semanal sobre o II Concílio do Vaticano, transmitido todas as quintas-feiras, às 20h15.

A Rádio Renascença, emissora católica portuguesa, criou em finais de abril de 1962 um programa semanal sobre o II Concílio do Vaticano, transmitido todas as quintas-feiras, às 20h15.

Aquele espaço de tempo no canal da emissora católica era preenchido com palestras, entrevistas e noticiário relativos ao grande acontecimento eclesial convocado por João XXIII e a ter início em outubro de 1962.

Recorde-se que o diretor da Rádio Renascença e do Secretariado do Cinema e da Rádio, monsenhor Lopes da Cruz, foi nomeado membro do Secretariado da Imprensa e dos Espetáculos do II Concílio do Vaticano.

Segundo o Boletim de Informação Pastoral, monsenhor Lopes da Cruz “que tem prestado os mais relevantes serviços à Igreja em Portugal, especialmente no domínio dos grandes meios de difusão (Imprensa, Rádio e TV), acaba de ver a mais justa consagração do seu zelo e da sua atividade na carta enviada pelo Papa João XXIII dirigida ao bispo de Tiava, [D. José Pedro], Assistente-Geral da Ação Católica Portuguesa”. (Cf, BIP nº 17, pág. 23).

Para dar a conhecer pessoalmente esta carta a monsenhor Lopes da Cruz, o titular de Tiava deslocou-se à sede da Rádio Renascença, dia 28 de junho, onde foi “prestada singela, mas significativa homenagem àquele a que o Papa acabava de distinguir”.

A carta de João XXIII – datada de 24 de maio de 1962 – sobre o 25.º aniversário da Rádio Renascença sublinhava a ousadia de monsenhor Lopes da Cruz: “Com nobre ousadia trouxe à realidade tão grande projeto, bem como a todos os que prestam contributo e auxílio, conselho e apoio para se conseguir este objetivo”.

Logo no início da missiva, o Papa que convocou o concílio acentuava: “Como nada julgamos mais honroso e desejável do que a consagração das artes mecânicas e dos admiráveis inventos da nossa era pelo Evangelho de Cristo, com singular prazer de alma exprimimos as nossas felicitações acompanhadas de ardentes votos, nesta faustosa ocorrência em que se completam exatamente cinco lustros que se fundou a emissora católica portuguesa, chamada «Renascença»” (cf. BIP, nº 17).

Ao fazer referência ao papel que a rádio da Igreja desempenhava junto dos portugueses, João XXIII dizia: “Quantos bens daqui provieram para os portugueses!”. E acrescentava logo de seguida: “Mais veloz que os ventos, rápida como a luz, por meio dessas ondas radiofónicas, dia e noite fez-se ouvir a voz da religião e da verdade, difundiu-se o louvável incitamento à virtude e à bondade cristã”.

Com esse instrumento radiofónico, que “felizmente já é florescente realidade”, João XXIII refere que “tudo quanto é verdadeiro e digno, reto e puro, qual seta de eleição, feriu suavemente os espíritos dos ouvintes, alegrou a vida familiar com notícias sempre esperadas e formou-a na santidade dos costumes”.

LFS 

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