Quito 2024: «Eucaristia é um sínodo concentrado», afirmou D. José Cordeiro, no Congresso Eucarístico Internacional

Participantes de língua portuguesa celebraram na Basílica de Nossa Senhora das Mercês

Foto: Secretariado Nacional da Liturgia

Quito,  13 set 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade da Conferência Episcopal Portuguesa, disse que “a Eucaristia é um sínodo concentrado”, aos participantes de língua portuguesa do Congresso Eucarístico Internacional, na Basílica de Nossa Senhora das Mercês, em Quito.

“A Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, ou seja, o sacramento da Páscoa. A fé que nasce e renasce da Páscoa faz todo o sentido, quando nos torna mais irmãos e cidadãos mais ativos, para se realizar a justiça e a paz, o perdão e o amor”, disse D. José Cordeiro, na homilia da celebração enviada à Agência ECCLESIA, pelo Secretariado Nacional de Liturgia (SNL).

O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade (CELE), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), afirmou que “é urgente e necessário” investir as energias e forças nas “quatro colunas da Igreja que os Atos dos Apóstolos recordam”, salientando que a Igreja missionária “é Peregrina das Periferias existenciais”.

O 53.º Congresso Eucarístico Internacional (CEI), com o tema «Fraternidade para curar o mundo. “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8)», está a decorrer em Quito, no Equador, e termina este domingo; conta com “53 delegações”, cinco mil congressistas, e esperam que “mais de 30 mil pessoas assistam” aos oito dias do evento.

D. José Cordeiro explicou que fazer sinodalidade “é igualmente operar a renovação pastoral no serviço da caridade”, realçando que o serviço humilde e desinteressado da caridade “é a forma mais bela, mais encantadora e mais fiável para anunciar o Evangelho”.

Na homilia, intitulada ‘Eucaristia, coração da Igreja Sinodal’, o delegado aos Congressos Eucarísticos da CEP explicou que é preciso buscar na unidade pastoral “novas maneiras de serviço socio caritativo, respondendo ao desafio de uma nova fantasia da caridade”, marcada por gestos de ajuda que “sejam sentidos como partilha fraterna”.

“Há que valorizar as iniciativas de solidariedade social que praticam a caridade na verdade, mostrando a sua utilidade e indispensabilidade para a construção de uma boa sociedade e de um verdadeiro desenvolvimento humano integral”, salientou.

O arcebispo português citou a “bela expressão” do teólgo Henri-Marie de Lubac (1896-1991) “a Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja”, e explicou que “a Igreja não é um sistema federal, no qual as diversas Igrejas locais se unem, nem um sistema central, no qual as Igrejas locais são um conjunto de províncias”.

A partir do Evangelho que foi lido na celebração com os participantes de língua portuguesa do Congresso Eucarístico Internacional 2024, D. José Cordeiro destacou que Jesus é apresentado “num estilo incisivo e crítico aos doutores da lei e aos fariseus”, e é nesse contexto, que aparece o tema do 53.º CEI.

“A fraternidade tem muito para oferecer à liberdade, à igualdade e à humildade. O dom da fraternidade humana universal compromete a uma cultura consciente e constante de fraternização, não no sentido geográfico, mas existencial do Bem comum, da solidariedade e da gratuidade. O desafio maior é para uma cultura do diálogo e do encontro. A vida é a arte do encontro”, desenvolveu o arcebispo de Braga.

A delegação portuguesa é constituída por 22 pessoas – um bispo, 12 sacerdotes, um religioso e oito leigos –, de várias dioceses de Portugal – Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Braga, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Viseu e do Ordinariato Castrense – informou o Secretariado Nacional de Liturgia da CELE.

Diversas igrejas do centro histórico de Quito acolheram as Missas dos 17 grupos linguísticos do 53.º CEI; na celebração em língua portuguesa concelebraram 15 sacerdotes, incluindo o bispo brasileiro D. Celmo Lazzaria, da congregação dos Josefinos, que vive no Equador.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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