Quinta-feira Santa: «O sacerdote do século XXI não pode ser um sacerdote de sacristia», afirma pároco de Mangualde (c/vídeo)

Padre Paulo Domingues afirma que o «papel principal» de um sacerdote «é fazer pontes»

Foto Agência ECCLESIA/PR, Padre Paulo Domingues

Mangualde, 17 abr 2025 (Ecclesia) – O pároco de Mangualde (Diocese de Viseu) afirma que “o sacerdote do século XXI não pode ser de sacristia”, tem de estar “no meio do rebanho” para compreender “dificuldades, sofrimentos”, e o seu papel principal é “fazer pontes”.

“O papel do padre, nesta comunidade e em todas, será essencialmente cuidar das pessoas que lhe são confiadas, ou seja, sermos também a personagem que está na sociedade e que ajuda a caminhar para o próprio Deus. O sacerdote está sempre para a sua comunidade, sempre para o nosso Deus”, disse o padre Paulo Domingues, hoje, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Para o pároco de Mangualde, “hoje, e sempre”, a figura do sacerdote “é fulcral”, porque sem sacerdotes não há instituição da Eucaristia, e, esta Quinta-feira Santa, “é o dia primordial da Eucaristia”, a nível diocesano, a nível paroquial, “mas também de toda a Igreja Universal”.

Os momentos centrais da Semana Santa começam esta quinta-feira, dia em que se celebra a Missa Crismal – que reúne em torno do bispo o clero da Diocese, na qual são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma – e a vespertina Missa da Ceia do Senhor – onde é comemorada a instituição dos Sacramentos da Eucaristia e da Ordem e o mandamento do Amor (o gesto do lava-pés) -, com que tem início o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

O pároco de Mangualde assinala que a Eucaristia “continua a ser o cume de toda a vida como cristãos”, mas não tanto na “cadência semanal” como gostaria: “Porque é nela que nos alimentamos, saciamos a nossa fome, mas também a nossa sede de Cristo com a celebração que o Senhor nos deixou da instituição da Eucaristia”.

Para Paulo Domingues o papel do padre é “fazer pontes”, foi ordenado sacerdote no dia 25 de junho de 2017, na Sé de Viseu, sendo então nomeado para a Paróquia de Mangualde, “com o falecido padre Rocha”, depois foi nomeado pároco em Cunha Baixa e Mesquitela.

“O papel principal de um padre é fazer pontes. Fazer pontes dentro da própria Igreja, fazer pontes na Igreja, mas também fazer pontes na sociedade civil, quer na parte política, na parte da saúde, na parte cultural, na parte institucional”, salientou, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, onde apresentou o Complexo Paroquial de Mangualde, e as suas múltiplas valências, como a Pastelaria do Patronato e o pastel de feijão.

Neste sentido, o entrevistado explicou que o padre ao conseguir fazer pontes, consegue aquilo que é “o fundamento como seres humanos, dialogar”, seja um diálogo particular com cada pessoa e cada família, “mas também um diálogo universal”.

“Eu diria que o sacerdote do século XXI, não só mas também, não pode ser um sacerdote de sacristia. Terá que ser um sacerdote, como o Papa Francisco disse tantas vezes, que cheira a ovelhas. E para cheirar a ovelhas à que estar no meio do rebanho. E só depois é que conseguimos compreender quer as dificuldades, quer também os sofrimentos, as feridas, daquelas pessoas que nos são confiadas.”

Segundo o padre Paulo Domingues, quanto mais o sacerdote estiver dentro da sociedade, “imbuídos pelos problemas da sociedade”, mais e melhor conhecimento tem “daquilo que é necessário e da forma” que pode agir e “também testemunhar a vida em Cristo”.

Para além do acompanhamento das comunidades, o bispo de Viseu confiou outros encargos pastorais ao pároco de Mangualde, é o delegado ao Secretariado Nacional da Música Sacra, membro do Secretariado Diocesano da Pastoral Litúrgica, do Conselho Presbiteral, e do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil, e tem um vigário paroquial, o padre Constantino Hembe, que “apoia pastoralmente a Paróquia de Cunha Baixa e Mesquitela”.

Foto Paróquia de Mangualde

PR/CB/OC

Partilhar:
Scroll to Top