No ano passado, nasceram menos 4.100 bebés do que no ano anterior. São os valores mais baixos alguma vez registados nas estatísticas disponibilizadas pelo INE. Os indicadores demográficos foram actualizados a propósito do Dia Mundial da População, que hoje se assinala. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice sintético de fecundidade apresentava em 2006 o valor mais baixo de sempre, o número médio de filhos por mulher em idade fértil caiu de 1,41% para 1,36%. O contraste regional é evidente nos dados disponibilizados pelo INE com o Algarve a apresentar o valor mais elevado 1,7%. Apresentavam valores superiores ou iguais à média nacional o Grande Porto, Grande Lisboa , as regiões do Litoral e regiões autónomas da Madeira e Açores. Já o valor mais baixo para este indicador foi registado em Alto Trás-os-Montes, com 0,97%. O período entre 1987- 2006, resume o INE ,caracteriza-se por um adiamento da maternidade a acompanhar o declínio da fecundidade, ou seja, as portuguesas têm menos filhos e mais tarde. Se no início do período em análise os valores mais elevados das taxas de fecundidade se verificavam nos grupos etários 20-24 e 25-29 anos, nos dois últimos anos é no grupo dos 30-34 anos que esta taxa é mais expressiva. Com o número médio de filhos a situar-se nos 1,36, Portugal afasta-se mais da média europeia, que em 2005 era de 1,52 filhos por mulher fértil. Apesar dos dados recolhidos pelo instituto, as projecções de população residente em Portugal entre 2000-2050 apontam para a possibilidade de recuperação do índice sintético de fecundidade para valores que venham a situar, em média, em 1,7% crianças por mulher. Nos próximos 25 anos, o número de idosos poderá ultrapassar o dobro do número de jovens, confirmando Portugal como um dos países mais envelhecidos do mundo. Os números apresentados pelo INE não surpreendem a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, que face ao declínio da natalidade para números nunca antes vistos, o INE tem agora de rever as projecções já realizadas até 2050.