Quaresma: «Tempo de aprontamento» pede gestos de «hospitalidade», «oração» e rejeição do «egocentrismo» – D. Rui Valério

Diocese das Forças Armadas e de Segurança destina renuncia quaresmal à construção de escolas em Bangui, na República Centro Africana, e organiza recolha de alimentos para o povo ucraniano

DR

Lisboa. 02 mar 2022 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança (FAS) pediu que na Quaresma, iniciada hoje com a celebração das Cinzas, os cristãos cultivem atitudes de “acolhimento e hospitalidade” e se ultrapassem “lógicas egocêntricas”.

“Sintamo-nos interpelados a viver este ‘tempo de Aprontamento’ com a aspiração de nos tornarmos mais fortes, interior e espiritualmente, para sermos mais robustos na resposta aos desafios que este dramático momento histórico exige de nós, e levaremos mais força às porções de humanidade que seremos chamados a defender e a proteger”, escreveu D. Rui Valéri

Na mensagem para a Quaresma, dirigidas aos militares e às Forças de Segurança do Ordinariato Castrense, e enviada à Agência ECCLESIA, o responsável convida toda a diocese a promover “recolha de alimentos para enviar ao povo mártir da Ucrânia”.

O bispo católico afirma que “a par da intensa preparação militar e estratégica, que já acontece, é também necessária uma preparação de cariz humano e espiritual, ao nível da interioridade de cada um”.

D. Rui Valério convida a gestos que renunciem a dominação por “impulsos primários” e “lógicas egocêntricas” que “colocam os próprios interesses ou as vantagens para si mesmo, como medida e peso de todas as coisas”, pedindo por isso, “despojamento daquilo que é impróprio, desde a fraqueza, ao individualismo, passando pela exacerbada dependência de impulsos e pulsões menos saudáveis”.

Segundo o responsável, a oração é o lugar que melhor ajuda a “identificar os sentimentos de misericórdia, de perdão e do amor de Deus” como também a fazer de cada um “os sofrimentos, as angústias e as esperanças dos irmãos”, sintonizando cada pessoas com os “irmãos mais débeis, sofredores e perseguidos”.

O bispo das FAS reconhece ainda que o acolhimento e a hospitalidade ajudam a que cada pessoa se aproxime da história do outro, “do seu percurso, da sua cultura”, gerando assim uma “sociedade fraterna”.

D. Rui Valério explica que a Quaresma será vivida no Ordinariato Castrense “ao ritmo dos desenvolvimentos da Paz, das suas vicissitudes, dos seus avanços e recuos, das suas vitórias e atropelos” e que, tal como aconteceu durante a pandemia da Covid-19, também com a situação gerada pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia, os militares e as Forças de Segurança são elementos “decisivos na defesa das pessoas e na salvaguarda das suas vidas”, mas também semeadores de “horizontes de esperança porque se empenham a construir uma civilização assente em valores e regida pelo Direito”.

O bispo reconhece que a situação da guerra na Ucrânia é uma “pesada derrota para a Humanidade”, evidenciando “o lado mais tenebroso da realidade, como a morte, o sofrimento de inocentes, a miséria, a implacável aplicação da lei do mais forte”.

Reforçando um apelo à solidariedade para com o povo ucraniano, a ser desenvolvido em cada Unidade Militar, D. Rui Valério indica que o destino da renúncia quaresmal do Ordinariato Castrense terá como destino a ajuda à “construção de escolas em Bangui, na República Centro Africana”, um compromisso assumido previamente e “dificultado pela pandemia”.

LS

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