Quaresma: Reforçar coerência entre fé e comportamento moral deve ser prioridade dos católicos, diz bispo da Guarda

«Quem pretende amar os irmãos sem amar a Deus, abre, de facto, a porta a todas as falsidades», acentua D. Manuel Felício

Guarda, 14 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo da Guarda afirmou esta quarta-feira que a “preocupação fundamental” dos católicos durante a Quaresma deve ser a de “reforçar a coerência” entre a fé e o comportamento moral.

Na homilia pronunciada na sé local, enviada à Agência ECCLESIA, D. Manuel Felício frisou a importância de cada fiel “pôr cada vez mais de acordo” a “relação com Deus” e a “relação com os outros vivida na caridade”.

“Vamos tentar redescobrir nesta Quaresma que a nossa vida é marcada pela relação vertical que nos abre à comunhão com Deus, mas também pela relação horizontal do amor aos irmãos”, apontou.

A Quaresma é um período de 40 dias, desde a Quarta-feira de Cinzas até Quinta-feira Santa, em que os católicos são chamados a práticas penitenciais de jejum, oração e esmola para preparar a Páscoa, que assinala a ressurreição de Jesus.

Para D. Manuel Felício “a verdadeira penitência”, mais do que “práticas rituais ou provocadas pela emoção”, consiste em “voltar o coração para Deus e a partir daí ter novas atitudes de amor para com os irmãos”.

“Quem diz que ama a Deus e odeia os irmãos é mentiroso, nas palavras do Evangelista São João; mas também quem pretende amar os irmãos sem amar a Deus, abre, de facto, a porta a todas as falsidades, como infelizmente a experiência comum o vem demonstrando”, acrescentou.

Depois de sublinhar que a Quaresma é um convite “à conversão, entendida como mudança de mentalidade”, o prelado convidou os fiéis a “fazer a experiência do que é verdadeiramente o perdão de Deus e da grande consolação que ele introduz” através do sacramento da Penitência, também conhecido como Confissão.

D. Manuel Felício referiu-se também à resignação que o Papa anunciou esta segunda-feira, com efeito a partir de 28 de fevereiro.

“É um verdadeiro gesto profético, indicador da coragem com que toda a Igreja deve saber discernir e percorrer os novos caminhos que o Evangelho e a leitura dos sinais dos tempos lhe apontam”, salientou.

Para o bispo da Guarda a decisão “lembra à Igreja e ao mundo que não há outra fonte de poder que não seja o próprio Deus”.

O prelado agradeceu o “pontificado riquíssimo” de Bento XVI e pediu orações pela pessoa que Deus “vai escolher” para suceder ao Papa.

RJM

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