Mais do que «um sofrimento autoinfligido», este tempo litúrgico é uma oportunidade de «conversão», realça o economista João César das Neves
Lisboa, 24 fev 2012 (Ecclesia) – O economista João César das Neves destaca a Quaresma como uma proposta que “choca de frente” com a forma como o mundo atual está formatado.
Em declarações ao Programa ECCLESIA, numa entrevista que poderá ser acompanhada esta sexta-feira, na Antena 1, pelas 22h45, o professor da Universidade Católica Portuguesa realça que “de todos os assuntos que os cristãos falam”, este tempo litúrgico “é aquele que a sociedade em geral mais dificuldade tem em entender”.
A oração, o jejum e a esmola – praticadas nesta altura – apresentam-se como uma “provocação” para o nosso tempo, que não entende aquilo que parece ser uma “atitude de sofrimento autoinfligido” mas que na realidade é muito mais do que isso, aponta o docente.
“O que está em causa é uma conversão do coração, a Igreja muda desta maneira e é isso que temos de perceber”, sustenta aquele responsável, que procura aplicar esta filosofia no seu meio profissional.
“Ter lucro, sucesso e eficiência é uma coisa excelente”, agora o que importa é “a forma como usamos esses meios”, refere João César das Neves.
Para o economista, os ensinamentos da Igreja poderão ser muito úteis neste tempo conturbado que Portugal atravessa, têm é de ser usados convenientemente, aplicados à realidade atual, evitando leituras simplistas.
“Aliás, muitos cristãos caíram nessa armadilha, de achar que se podia criar outro sistema e fizeram os maiores desastres que, infelizmente, fizeram sofrer muita gente”, constatou.
A Quaresma, iniciada esta quarta-feira com a cerimónia da imposição das cinzas, é um período de 40 dias – excetuando os domingos -, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.
PRE/JCP