Renúncia quaresmal da arquidiocese destina-se ao «Fundo Partilhar com Esperança» e à Paróquia moçambicana de Ocua
Braga, 03 fev 2023 (Ecclesia) – Os bispos de Braga alertam na sua mensagem para a Quaresma e Páscoa 2023 para o “ritualismo vazio, sem espírito”, apelando à solidariedade das comunidades católicas na tradicional renúncia quaresmal.
“O contributo penitencial (Fundo Partilhar com Esperança e Paróquia de Ocua – Pemba) tem por princípio expressar um amor concreto, que seja corresponsabilizador, participativo, missionário, para que vá de encontro àquelas necessidades mais prementes da Igreja local ou universal”, explica o texto assinado pelo arcebispo primaz, D. José Cordeiro, e os dois bispos auxiliares, D. Nuno Almeida e D. Delfim Gomes.
No documento enviado à Agência ECCLESIA, os responsáveis assinalam que ‘jejuar, dar esmola e rezar’ são três verbos “imprescindíveis na vivência quaresmal”.
“Estas ações ajudam-me a cultivar aquele movimento de saída de mim mesmo em direção ao outro. Ajudam-me a descentrar-me e a fazer-me próximo de todos”, acrescentam.
‘Habitando entre nós… para libertar!’ é o tema da mensagem para os tempos litúrgicos da Quaresma/Páscoa deste ano, que parte de uma passagem da Carta aos Gálatas, “foi para a verdadeira liberdade que Cristo vos libertou!” (Gl 5, 1).
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (22 de fevereiro, em 2023), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).
O Departamento Arquidiocesano para a Liturgia apresentou esta quinta-feira a caminhada de Quaresma-Páscoa 2022-2023, que inspirado no tema do atual Ano Pastoral ‘Onde há amor, aí habita Deus’, propõe uma dinâmica espiritual e pastoral que se centra “na experiência de Deus”: “Que habita entre nós e em nós, para nos libertar, para nos salvar”.
Como símbolo para este itinerário foi escolhido uma “tenda”, que no Tempo da Quaresma vai ser “despojada”, para ajudar a corresponder ao desafio “descobre a tua tenda”, e, depois, no tempo pascal, “revestida de verdes e de flores”.
“Amados irmãos e irmãs, a Quaresma apresenta-se diante de nós com uma tenda desprovida de cobertura, como que despojada de qualquer amor, desabitada pelas fragilidades humanas, tantas vezes pelo pecado que insiste em despir-nos da veste batismal. Aparentemente há nessa tenda despida um vazio de Deus, como que se Deus nunca nos tivesse visitado”, escrevem os bispos da Arquidiocese de Braga.
Os responsáveis católicos apontam a um desejo de recomeço, “de não permitir que tudo o que oprime vença, de voltar à verdadeira liberdade para qual Cristo nos libertou”, uma tenda que é cada pessoa, “batizado”, e convidam a alargar a tenda, “torna-a espaço de missão, não lugar físico, mas experiência de fraternidade”.
A Arquidiocese de Braga assinala que as propostas apresentadas na caminhada de Quaresma-Páscoa pretendem “ajudar a dinamização das celebrações da Eucaristia”, e também a caminhada com as famílias, com os grupos de catequese, os jovens e as comunidades escolares.
CB/OC