Quaresma: Mudar de vida é «dever» e «oportunidade» que exige «mortificação do corpo»

Mensagem do bispo de Bragança-Miranda revela que dinheiro da renúncia quaresmal vai para o Instituto Diocesano do Clero

Bragança, 16 fev 2012 (Ecclesia) – A mudança de vida é uma obrigação ao alcance de todos mas exige a disciplina do corpo, considera o bispo de Bragança-Miranda na sua mensagem para a Quaresma.

A “conversão, escutada no contexto da Quaresma, recorda-nos, fundamentalmente, que precisamos de mudar o olhar e as atitudes do coração”, pelo que ela “não é só um dever, mas é, também, uma possibilidade para todos”, salienta D. José Cordeiro no texto publicado hoje no jornal Mensageiro de Bragança.

A Quaresma, explica o responsável, “prepara convenientemente para o grande jejum pascal, a fim de que a mortificação do corpo progrida em todos para o bem dos centros vitais da vida humana: o coração, a mente e a alma”.

O especialista em liturgia cristã recorda que as antigas celebrações quaresmais eram marcadas pela “ penitência dos penitentes públicos que, expulsos no dia de Quarta-feira de cinzas [primeiro dia da Quaresma], eram admitidos à reconciliação na Quinta-feira Santa”.

Os 40 dias da Quaresma concentram-se na preparação para o Batismo, que ocorre na principal celebração litúrgica do ano, a Vigília Pascal, na noite de sábado para domingo de Páscoa, bem como na penitência e na celebração da Eucaristia, o sacramento mais importante para os católicos.

O responsável pela diocese transmontana, 500 km a nordeste de Lisboa, lembra que a duração da Quaresma liga-se à narrativa bíblica do “jejum de quarenta dias de Jesus no deserto”, que por seu lado remonta a várias tradições do Antigo Testamento onde aquele número marca presença.

A mensagem revela que o Instituto Diocesano do Clero vai ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo.

As verbas revertem para a “formação permanente dos Presbíteros e Diáconos” e para a “reconstrução da parte central do edifício do Seminário Diocesano de S. José”, que acolhe a Casa Sacerdotal e o Centro Pastoral.

“Para realizar a tão urgente formação dos fiéis Leigos é absolutamente necessária a formação permanente do Presbitério”, justifica D. José Cordeiro, o mais novo dos bispos do episcopado português.

A Quaresma, que este ano começa a 22 de fevereiro, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

RJM

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