Quaresma: Igrejas do Médio Oriente vão receber donativos da renúncia quaresmal da Arquidiocese de Évora

D. Francisco Senra Coelho aponta oração, jejum e partilha fraterna como «três pilares da Quaresma»

Évora, 14 fev 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora anunciou hoje que os donativos da renúncia quaresmal 2024 vão ajudar Igrejas do Médio Oriente, “vítimas de guerra”, na mensagem publicada para este tempo litúrgico.

“No contexto doloroso de violência generalizada e de ‘guerra mundial feita aos pedaços’, como refere o Santo Padre, proponho que a Renúncia Quaresmal deste ano se destine às Igrejas do Médio-Oriente, vítimas de guerra e que façamos chegar a essas Comunidades a nossa partilha através da Santa Sé, ao serviço da Caridade do Papa Francisco”, escreveu D. Francisco Senra Coelho.

A campanha deste ano é confiada uma vez mais à “Cáritas Diocesana, aos reverendíssimos párocos, aos serviços centrais da Arquidiocese e à generosidade de todos os cristãos, entidades, empresas e pessoas de boa vontade”.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo assinalou que os 40 dias até à Páscoa podem proporcionar “momentos de reflexão e exame de consciência” para experimentar a “beleza do abraço misericordioso de Deus e a riqueza que nos vem da experiência da vida fraterna”.

“O ruído em que vivemos com frequência pode-nos roubar a liberdade interior, sobrepondo-se ao nosso discernimento e tornando-nos insensíveis aos sinais dos tempos, ao grito dos pobres e da terra. Deste modo somos impedidos de escutar o nosso coração onde Deus fala e ecoam os gritos da solidão e da pobreza de muitos irmãos”, indicou.

Segundo D, Francisco Senra Coelho, “importa cultivar o jejum face a todos os excessos” que solicitam a “exclusiva obsessão” de cada um e “provar o oásis do silêncio interior, onde se tornará possível compreender” que a “sede” que têm “corresponde à água-viva da Boa Nova do Senhor”.

Para o arcebispo, a oração, o jejum e a partilha fraterna são “os três pilares da Quaresma”.

“Desde a mais remota tradição proporcionada pelos Padres do deserto, pelos Monges, Mendicantes e Doutores da Igreja, estas três práticas quaresmais renovarão as nossas vidas e farão das nossas Comunidades eclesiais, ‘Mães de coração aberto para todos os sedentos de Esperança’”, referiu, lembrando as palavras do Papa Francisco na Universidade Católica Portuguesa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

“Procurai e arriscai; sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos dolorosos: estamos a viver uma terceira mundial feita aos pedaços guerra. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim” – Papa Francisco

De acordo com o arcebispo de Évora, este “é um mundo novo que nasce”, experimentando cada um “os gritos doridos do mundo velho que morre”.

“A Quaresma que nos prepara para a Páscoa deste ano de 2024 desperta-nos para a necessidade de valorizarmos o nosso encontro pessoal e comunitário com a Misericórdia de Deus”, indicou ainda na mensagem, destacando que será a partir desta experiência que é possível renovar e fortalecer a paz e a alergia nos corações e o testemunho humanizado das Comunidades Cristãs.

“É este o propósito do nosso Ano Pastoral, ‘Revelar juntos um novo rosto de Comunidade’; para que o Espírito Santo nos molde e amadureça neste propósito de conversão pessoal e comunitário”, evocou.

No final da mensagem, o arcebispo de Évora agradeceu “todo o esforço, dedicação e generosidade da Igreja Diocesana, nomeadamente da sua Cáritas, da sua Cúria e Economato, que permitiram o envio de 20 mil euros, correspondente à Renúncia Quaresmal de 2023, para as vítimas dos terramotos ocorridos na Turquia e na Síria”.

“Também este quantitativo foi enviado através do ministério da Caridade do Santo Padre, o Papa Francisco”, salientou.

A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).

O conflito entre Israel e Hamas dura desde 7 de outubro de 2023, provocando a morte a milhares de pessoas e ferimentos a outros tantos, levando a Arquidiocese de Évora a decidir que as Igrejas do Médio Oriente são o destino deste ano para a renúncia quaresmal.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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