Renúncia quaresmal vai ser destinada à Acreditar e à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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Lisboa, 03 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança pediu, na mensagem escrita para a Quaresma, o valor da paz, indicando ser “compromisso de todos e de cada pessoa” e afirmou-a implicada no “reconhecimento da dignidade do outro”.
“A paz é, antes de mais, um dom de Deus. Mas também é compromisso de todos e de cada pessoa de boa vontade. É, ao mesmo tempo, anseio irreprimível e esperança florescente, presente no coração de cada homem e de cada mulher. É no coração de cada um que tudo se decide, até mesmo o futuro do mundo. Não pode haver paz autêntica sem a conversão do coração, sem o reconhecimento da dignidade do outro e sem o perdão”, escreveu D. Sérgio Dinis, numa mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O responsável pediu que se reze pela paz, “pelas vítimas dos conflitos, pelas suas famílias e por aqueles que, muitas vezes em silêncio, trabalham pela reconciliação entre os povos”.
“O mundo está marcado por conflitos, e a guerra, o sofrimento e a destruição, para alguns, são transformados em oportunidades de lucro e interesse. Não! Não pode ser! A paz é um dom de Deus e a esperança de todo o ser humano. Por isso, a paz nunca pode ser um bem negociável”, sublinhou.
A Igreja Católica vai celebrar o tempo litúrgico da Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas, este ano no dia 5 de março; um período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (em 2025, no dia 20 de abril).
Aos membros das Forças Armadas e das Forças de Segurança, o responsável episcopal recorda a “missão nobre” de “proteger a vida, garantir a justiça e promover a segurança para o bem comum”.
“Que nunca nos deixemos iludir por uma visão da guerra como um negócio, mas vejamos sempre a defesa da paz como um compromisso ético e cristão”, indicou.
D. Sérgio Dinis reconhece a Quaresma como “um caminho interior” mas convida a percorrê-lo em conjunto, indicando a missão das FAS, “lado a lado, jamais como indivíduos isolados, com espírito de unidade e compromisso”.
“Caminhar juntos significa fortalecer a coesão e a camaradagem, partindo da dignidade comum de quem jurou defender Portugal e os seus valores. Significa agir lado a lado, sem atropelar ou subjugar o outro, sem alimentar rivalidades ou desconfianças, garantindo que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. O trajeto espiritual quaresmal, que cada um é chamado a fazer, deve levar-nos a caminhar na mesma direção, rumo a uma única missão, ouvindo-nos uns aos outros com respeito, disciplina, num verdadeiro espírito sinodal”, convida.
A partir de três práticas propostas pela Igreja católica para a vivência da Quaresma – a oração, a esmola e o jejum – D. Sérgio Dinis convida a gestos de “compromisso contra a indiferença”, que procurem a atenção às injustiças e ao sofrimento no mundo, que evitem julgamentos precipitados”, mas antes compreensão e acolhimento.
O responsável convidou também à solidariedade, ações que possam “apoiar os mais frágeis, estender a mão aos mais pobres e contribuir para iniciativas de promoção da paz”, “dedicar tempo para escutar quem está sozinho, doente ou marginalizado, reduzir o consumo supérfluo e doar alimentos”.
A Diocese das Forças Armadas e de Segurança vai destinar a renúncia quaresmal, “em partes iguais”, à «Acreditar – Associação de Pais de Crianças e Jovens com cancro» e à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
LS