Quaresma: Confissão «é uma atualização do amor gratuito de Deus» – Padre António Sant’Ana

Jesuíta abordou iniciativa «24 horas para o Senhor», assinalando o impacto de experimentar o perdão de Deus

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 06 mar 2024 (Ecclesia) – O coordenador europeu da Rede Mundial de Oração do Papa defendeu, em entrevista à Agência ECCLESIA, que a confissão “é um update (atualização) do amor gratuito de Deus”.

“Se nós não vamos fazendo um update (atualização) do nosso software, ele deixa de funcionar ou funciona mal e, por isso, a confissão é exatamente isso mesmo, é um update (atualização) do amor gratuito de Deus que nos recria”, afirmou o padre António Sant’Ana.

O jesuíta é o convidado da emissão de quarta-feira do Programa ECCLESIA (RTP2), a propósito da iniciativa quaresmal de oração e reconciliação “24 horas para o Senhor” introduzida pelo Papa Francisco, que decorre entre 8 e 9 de março, em todas as dioceses do mundo.

“Cada vez que nos aproximamos de Deus e experimentamos o seu perdão, há alguma coisa de novo que renasce na nossa vida e começamos uma vida nova”, diz o sacerdote, que acrescenta que “o perdão é o grande toque do amor do amor de Deus”.

“Quando nós exercitamos ou experimentamos a misericórdia e o perdão de Deus, depois podemos nós também exercitá-la junto dos outros. Se não experimentamos o perdão, dificilmente depois ganhamos esta agilidade de saber perdoar os outros”, destacou.

O jesuíta considera que a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’ obriga a fazer uma pausa no dia a dia e é preparada para fazer “um tempo de respiro interior num ambiente que também disponibiliza sacerdotes para a confissão e, por isso, é um momento privilegiado deste tempo de Quaresma de preparar a Páscoa”.

“Sendo 24 horas permite que cada um, dentro do seu horário, possa aproximar-se para experimentar um bocadinho deste tempo que é diversificado, porque o subsídio também propõe que haja um tempo de uma celebração da palavra, haja um tempo de adoração eucarística, haja propostas de exame de consciência para que cada um possa preparar a confissão”, salientou.

Em entrevista, o padre António Sant’Ana indica que este é também um desafio à interioridade, uma vez que a azáfama do dia a dia impede o silêncio, que “é uma coisa bonita, mas exigente”, já que confronta cada um com a “pequenez”, “fragilidades” e “carências”.

Quem olha para dentro de si e encontra a sua pequenez, depois é mais benevolente com a pequenez dos outros, quem treina a sua paciência é mais paciente com os outros, quem faz a experiência no seu pecado de ser perdoado por Deus, depois é mais brando também nas dificuldades das outras pessoas”

O coordenador europeu da Rede Mundial de Oração do Papa convida cada um a procurar uma Igreja onde esteja a decorrer as ’24 horas para o Senhor’ para encontrar Deus “que está lá à sua espera”, e que esta seja também uma surpresa, tal como foi para o Papa Francisco, que num certo momento passeava com os amigos, entra numa igreja inesperadamente e encontra um sacerdote, definindo aquele momento como grande revelação de Deus na sua vida.

O Dicastério para a Evangelização já disponibilizou um subsídio pastoral, com o intuito de “oferecer algumas sugestões para que as paróquias e comunidades cristãs se possam preparar para viver esta iniciativa”, que é composto por uma reflexão sobre o sacramento da Reconciliação.

A segunda parte deste material inclui sugestões para o tempo de abertura da Igreja, para que aqueles que ali se confessam possam ser ajudados na oração e meditação através de um percurso baseado na Palavra de Deus.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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