D. António Francisco dos Santos recorda os «muitos desafios» que subsistem na região
Porto, 10 fev 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto quer uma caminhada quaresmal inspirada pela prática das obras da misericórdia e convida as comunidades católicas a serem expressão dessa máxima no quotidiano, “com alegria” e “criatividade”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. António Francisco dos Santos sublinha que “a grande obra de misericórdia de que a Igreja precisa é a capacidade de dizer às pessoas que Deus as ama”, cuidando das suas necessidades “mas sobretudo dando-lhes tempo, dando-lhes a sua vida por inteiro”.
“O Papa diz-nos claramente que o nome de Deus é misericórdia e temos que inspirar cada obra de misericórdia nesta forma de ser”, realça o prelado.
A Diocese do Porto propôs a partir da Quaresma deste ano uma caminhada de redescoberta e concretização das 14 obras de misericórdia, subordinada ao lema “Pratica a misericórdia, com alegria!”.
Segundo D. António Francisco dos Santos, o objetivo é “mobilizar as pessoas” a irem “ao encontro das necessidades” de uma região “com dois milhões de habitantes”, onde persistem “muitos desafios no campo social”.
O prelado enaltece o esforço daqueles que, no território, já estão na “vanguarda” da solidariedade e se empenham, de forma “tão generosa” pelo bem do próximo.
Recorda no entanto, o muito que ainda há a fazer para que as obras de misericórdia se traduzam “em linguagem nova, em atenção diferenciada e em presença criativa” junto de quem mais precisa.
D. António Francisco dos Santos destaca a visão do Papa Francisco ao “convidar o mundo inteiro e a Igreja sobretudo, a viver um Ano Santo de Misericórdia”.
“Creio que aprendendo com ele e estando atentos à realidade do mundo, a Igreja encontra aqui também uma forma muito bela de traduzir a doutrina social da Igreja, as propostas evangélicas no mundo de hoje e nós queremos fazê-lo no Porto, na realidade que é nossa”, acrescenta.
Ao longo dos sete domingos da Quaresma, a Diocese do Porto vai focar a sua atenção nas sete obras corporais da misericórdia.
Depois durante a Páscoa, estarão em destaque as sete obras espirituais de misericórdia, também com espaço para a formação.
A Caminhada Quaresma-Páscoa, incluída no plano pastoral da Igreja Católica local até 2020, foi idealizada por D. António Francisco dos Santos, em conjunto com os dois bispos auxiliares do Porto, D. António Bessa Taipa e D. Pio Alves.
LFS/JCP