D. António Luciano alerta para impacto de «crescente secularização e indiferença»

Viseu, 04 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo de Viseu defende, na sua mensagem para a Quaresma deste ano, que as comunidades católicas tenham um “estilo de vida mais comprometido”, com a Igreja e a sociedade.
“Com a crescente secularização e indiferença da sociedade, justificada em grande parte pelo intenso ritmo da vida quotidiana, as pessoas têm hoje mais dificuldade em entrar neste dinamismo interior de conversão e renovação proposto pela Igreja”, assinala D. António Luciano, num texto enviado à Agência ECCLESIA.
A mensagem apela a “verdadeiros passos de mudança, seja de atitudes, de gestos de paz, de perdão, de empatia ou de solidariedade”, com uma nova linguagem que “crie relações também com os pobres, os doentes, os refugiados e os migrantes”.
A Quaresma, que começa esta quarta-feira com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (em 2025, no dia 20 de abril).
“Ao iniciarmos este tempo favorável da salvação, imbuídos de sentimentos de esperança, faço um apelo à conversão interior, à renovação e mudança de vida, como imperativo moral. Que todos busquemos a vontade de Deus, em caminho de santidade, ao serviço das comunidades cristãs, renovando assim a fé da Igreja”, escreve o bispo de Viseu.
Bastam uns minutos ou horas do dia para elevar o pensamento a Deus, para rezar, meditar e fazer o bem a alguém. Que os cristãos se sintam imbuídos nesta caminhada e que ajudem familiares, amigos e colegas a prepararem-se para a Páscoa, pois ninguém deve ficar de fora ou ser excluído”.
Durante este tempo litúrgico específico, a renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
“A renúncia quaresmal, neste Ano Jubilar de Esperança, está simbolizada num pão que será partilhado em três partes iguais. Uma parte destina-se a apoiar a construção de uma cozinha comunitária, em Angola, na Diocese de Viana; a outra parte será partilhada com a ‘Fazenda da Esperança’, da Diocese da Guarda; e a terceira fatia irá contribuir para o ‘Fundo de Emergência’ da Diocese de Viseu, com o objetivo de apoiar os mais necessitados”, anuncia D. António Luciano.
O bispo de Viseu convida os católicos da diocese a rezar “pelas melhoras do Papa Francisco e pela vitória da paz em todos os países em guerra, pedindo pelo fim dos conflitos e entendimento entre os governantes”.
OC