Renúncia Quaresmal destina-se a um projeto diocesano e outro na República Democrática do Congo
Viana do Castelo, 11 fev 2016 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo anuncio que a renúncia quaresmal das comunidades católicas se destina este ano a obras de recuperação da cela onde viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires e ajudar futuros sacerdotes na República Democrática do Congo.
“Mostremos quão grande pode ser a nossa generosidade, quando movida pela misericórdia”, mobiliza D. Anacleto Oliveira, informando que depois de ouvir o Conselho Presbiteral decidiu direcionar a renuncia quaresmal para dois projeto, um de dimensão diocesana e outro mais universal.
Neste contexto, explica que parte da renúncia destina-se às obras de reparação da cela onde viveu o Beato Bartolomeu dos Mártires, nos últimos oito anos da sua vida, no convento de São Domingos.
“A cela foi entretanto adaptada a local de oração, para assim nos ajudar a refletir, diante de Deus, sobre as maravilhas que operou por meio dele e o tornaram modelo de fé e prática cristã, designadamente na vivência da misericórdia”, assinala o prelado.
D. Anacleto Oliveira recorda que no atual ano pastoral se comemoram os 425 anos da morte do Beato Bartolomeu dos Mártires e esperam que possa ser canonizado até ao final do Jubileu da Misericórdia [20 de novembro], depois do Papa Francisco ter aceitado o pedido “sem a necessidade de mais um milagre divino concedido por sua intercessão”.
A outra parte da Renúncia Quaresmal da Diocese de Viana do Castelo destina-se à construção de um edifício para “acolhimento e formação de candidatos ao sacerdócio”, na República Democrática do Congo.
“É uma comunidade que já existe mas em condições habitacionais muito precárias e está a ser orientada por um sacerdote comboniano nosso conhecido, o padre José Arieira”, acrescenta o prelado.
D. Anacleto Oliveira assinala que as obras de misericórdia ligadas ao sacramento da Reconciliação são “um dos melhores meios para repararmos o mal causado pelos pecados” cometidos.
“Perdão recebido tem de ser perdão partilhado”, acrescenta, considerando que desta forma socorrem “os outros na integridade do seu ser corporal e espiritual”.
A Quaresma, que começou esta quarta-feira com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Neste contexto surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
Relembrando que o Papa Francisco na sua mensagem para a Quaresma quer que "seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus”, o bispo de Viana do Castelo sublinha que “só Deus, pela incondicional misericórdia transmitida na sua Palavra, pode levar a uma verdadeira conversão”.
Já nesta quarta-feira, na Eucaristia de imposição das Cinzas, D. Anacleto Oliveira “procurou esclarecer” o que é o pecado, “explicando que a sua origem pode encontrar-se nas primeiras páginas da Bíblia”.
“O pecado é o ser humano querer colocar-se no lugar de Deus, querer ser como Deus e que os outros o tratem como tal”, observou o prelado, revelando que para o “combater” existem três meios – “esmola; oração e o jejum” -, segundo uma nota enviada pelo Secretariado Diocesano de Comunicação Social à Agência ECCLESIA.
CB