Quaresma: Bispo de Beja realça importância de saber «escutar» no meio de uma «multiplicidade de mensagens»

D. António Vitalino vai dedicar especial atenção neste tempo litúrgico ao aprofundamento dos textos bíblicos

Beja, 05 mar 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja vai dedicar esta Quaresma especial atenção ao aprofundamento dos textos bíblicos, para responder a uma cultura que “não sabe escutar”, metida no meio de uma “multiplicidade de interlocutores e mensagens”.

Na sua habitual nota semanal, enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino destaca a importância dos católicos saberem “ver a sua vida com os olhos de Deus, ou seja, tornando-a mais coerente e transparente de acordo com o texto lido, refletido, rezado e aplicado”.

O primeiro domingo da Quaresma vai ser centrado numa passagem do Evangelho que define todo este tempo litúrgico mas que acaba por servir de reflexão para toda a vida das pessoas: a caminhada de Jesus durante 40 dias no deserto, onde foi sujeito a todo o tipo de tentações.

“Perante a fome e a penúria, Jesus recusou usar o seu poder para satisfazer as suas necessidades materiais. E nós, como reagimos perante as nossas penúrias e sobretudo as dos pobres?”, questiona o bispo de Beja.

Outra tentação que caiu sobre Cristo – recorda D. António Vitalino – “foi a da temeridade e da vanglória”, à qual Jesus respondeu com a reafirmação do “seu projeto de desprendimento de todo o poder”.

“Perante alguns desafios com que somos confrontados, nas crises, na doença, nas guerras, ficamos escandalizados por Deus não intervir. Só nos lembramos de Deus nas nossas impotências ou procuramos escutar e seguir a sua Palavra?”, acrescenta o prelado.

Nessa passagem do Evangelho, “Jesus resiste à tentação do domínio político”, realçando que o único quadro de valores que deve estar colocado no centro da vida dos povos é “Deus”.

“E nós, pessoalmente, nas nossas famílias, nas escolas, na sociedade, nas empresas, na economia, na política, que valores transcendentes proclamamos e procuramos implementar?”, pergunta D. António Vitalino.

Aquele responsável católico lamenta que hoje os “projetos pessoais, comunitários, culturais, laborais, empresariais, financeiros e políticos” sejam muitas vezes marcados pela “mentira, a injustiça, a corrupção e a doutrina maquiavélica de que os fins justificam os meios, por mais falsos e injustos que sejam”.

No entanto, o bispo de Beja frisa que a mudança é “possível” e recorda os “muitos” homens e mulheres que “fascinados” por Cristo, conseguiram cortar com a tendência dominante e apontaram para uma vida feita “de fé, de confiança, de alegria, de generosidade” e marcada por um “compromisso com a verdade, a justiça e a solidariedade”.

“Faz-nos bem reler, tentar compreender, meditar e aplicar estes textos sagrados. Façamo-lo de modo especial durante esta Quaresma”, convida o bispo de Beja.

A Quaresma, que se inicia hoje com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

JCP

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