D. António Augusto Azevedo sublinha importância do voto nas próximas eleições legislativas
Vila Real, 10 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real escreveu na sua mensagem para a próxima Quaresma que este tempo deve ajudar a “repensar estilos de vida” e promover um compromisso “mais efetivo” na defesa das pessoas e do meio ambiente.
“Para iniciar um caminho novo é preciso aceitar que se pode estar demasiado preso a coisas como o dinheiro, o ecrã, o jogo, o álcool ou outras dependências e iniciar um caminho novo supõe reconhecer que há ídolos que alimentam ilusões, mas comprometem a nossa liberdade e obscurecem o futuro”, refere o texto de D. António Augusto Azevedo, enviado à Agência ECCLESIA.
Com o título ‘Quaresma: caminho de conversão, caminho para a liberdade», o documento refere também que a decisão pessoal “de mudança” parte da consciência de que “há tantas coisas no quotidiano que não nos deixam ser plenamente nós próprios e realizar o bem que está ao nosso alcance”.
Apesar das “nossas fragilidades e infidelidades, somos o Povo da Nova Aliança que precisa de reforçar os laços que o unem a Deus, de um compromisso mais efetivo com a fraternidade para com todos os seres humanos e de uma redobrada atenção e respeito para com a criação”, sublinha a mensagem.
O período quaresmal coincide com “uma nova fase do percurso sinodal que tem mobilizado toda a Igreja” e a próxima Assembleia Sinodal Diocesana de 25 de fevereiro vai contribuir para “aprofundar o estilo sinodal que deve crescer na Igreja”.
“A adoção deste estilo exige uma conversão de pessoas e de estruturas: de uma Igreja fechada, autossuficiente, cansada e rotineira para uma Igreja mais acolhedora, aberta a todos, solidária e dialogante”, refere D. António Augusto Azevedo.
Neste período, acrescenta, vão ter lugar as eleições legislativas “momento importante de escolha coletiva que determinará, em grande medida, o futuro do nosso país”.
O bispo de Vila Real apela “a que todos vão votar”, além de um direito, essa é a “primeira forma de participar na vida democrática de um país”.
“não podemos desistir de sonhar com um país melhor, mas também não podemos ficar indiferentes a alguns sinais erosão na vida coletiva”, acrescenta.
Após 50 anos de democracia, o responsável católico apela a “uma conversão cívica, de um renovado compromisso ético por parte de eleitos e de uma maior participação e exigência por parte dos cidadãos eleitores”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).
O contributo penitencial que resulta das ofertas das comunidades, das esmolas e renúncias quaresmais dos fiéis, destina-se “a uma causa social e solidária”.
“Este ano terá como destino a Cáritas Diocesana de Vila Real, para ser utilizado na ajuda aos imigrantes, tendo em conta que os seus pedidos de ajuda têm vindo a aumentar”, completa o bispo de Vila Real.
LFS/OC