Casos como os idosos que morrem sozinhos em casa são motivo para colocar «a mão na consciência», diz D. José Alves
Évora, 22 fev 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora convidou hoje os cristãos a fazerem da Quaresma uma época de purificação e generosidade para com toda a família humana, sobretudo os mais pobres e isolados.
“É cada vez maior o número dos que vivem centrados nos próprios interesses” mas “os discípulos de Jesus Cristo devem seguir os passos do seu Mestre”, sustenta D. José Alves, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, dedicada ao início do período litúrgico que antecede a Páscoa.
Num dia em que a Igreja Católica reflete sobre o dever da conversão e recorda a fragilidade da vida humana, através do ritual da imposição das cinzas, o prelado alentejano aponta para a necessidade de “abrir a mente e o coração” aos outros e de dignificar a sociedade.
Os casos que têm surgido, um pouco por todo o país, de idosos que morrem em casa “sem que ninguém se tenha dado conta” ou de “pessoas reduzidas à desumana condição de miséria” são, para o arcebispo, motivo para cada um colocar “a mão na consciência” e perguntar o que pode fazer, para marcar a diferença.
Um dos gestos mais característicos deste tempo é “a renúncia e a partilha de bens com os mais carenciados”, que este ano vai ser utilizada pela Igreja eborense para reforçar os recursos da Caritas diocesana, para que ela “faça chegar aos que se encontram em dificuldades um sinal de fraternidade cristã e de amor de Deus”.
D. José Alves incentiva os fiéis a viverem “uma relação autêntica de verdade com Deus, consigo mesmos e com os outros” porque “só nessa tríplice relação se concretiza a plenitude de vida a que chamamos felicidade”.
“Levantar o caído, ajudar o pobre, consolar o desalentado, fazer companhia ao que vive em solidão, ensinar o ignorante, corrigir o que errou e rezar por todos” são atitudes que devem fazer parte desta caminhada quaresmal, conclui o arcebispo.
A Quaresma é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa (celebrada este ano a 8 de abril), a principal festa do calendário cristão.
JCP