Quaresma: Arcebispo de Braga lembra realização do V Congresso Eucarístico Nacional

D. José Cordeiro presidiu à celebração de Cinzas, na Sé, destacando práticas tradicionais da Quaresma

Foto: Avelino Lima/DM

Braga, 15 fev 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga presidiu à celebração da Quarta-feira de Cinzas, na Sé, evocando o V Congresso Eucarístico Nacional, como oportunidade de acolhimento, em virtude do “crescente secularismo” e “desafeição” pela Eucaristia.

“A comunidade é em si mesma mistagoga, porque a forma de rezar da comunidade ajuda a fazer a experiência do Mistério, como, por exemplo, acontece na participação litúrgica de uma boa comunidade celebrativa. Esta mesma comunidade é lugar de hospitalidade, aberta a todos, que inclui os mais pobres, os migrantes, as pessoas com deficiência, a todos como casa da caridade e da missão”, disse D. José Cordeiro, citado pelo sítio online da Arquidiocese de Braga.

Durante a homilia, o bispo fez referência ao início do percurso do Lausperene quaresmal-pascal.

“[Que] a celebração e a adoração eucarística, lugar privilegiado do encontro com Jesus, encoraje a Arquidiocese para bem acolher de 31 de maio a 2 de junho próximos o quinto Congresso Eucarístico Nacional”, desejou.

D. José Cordeiro apelou aos fiéis para viverem um caminho de conversão, neste tempo favorável, e não se limitarem a repetir gestos ou a relembrar realidades de outros tempos.

Além disso, na leitura do Evangelho, o bispo abordou a “esmola, a oração e o jejum”, o “tripé da piedade hebraica”.

“A esmola é mais que uma expressão do amor ao próximo, porque tem de ser praticada no segredo e na caridade por Cristo; a oração é mais que sinal do amor a Deus, se feita no silêncio e na gratuidade com Cristo; o jejum vai para lá de uma libertação pessoal, testemunhado na alegria e na simplicidade a libertação em Cristo”, destacou.

A Bíblia, segundo D. José Cordeiro, conserva viva a inteligência global que o ser humano é formado “do pó da terra” (Gn 2,7).

“A Igreja ao inserir na liturgia o rito das cinzas interpela-nos no dinamismo da própria vida. As cinzas pertenceram a velhos ramos verdejantes. A fragilidade da vida também se expressa no símbolo das cinzas, que são, simultaneamente, um valor acrescentado de fé e de bênção”, referiu.

O bispo impeliu ainda à utilização dos remédios próprios dos peregrinos da esperança: “a esmola, o jejum, a oração, a escuta da Palavra, a adoração eucarística, a lectio divina, a contemplação a via-sacra, o rosário, o Pai-nosso, a humanidade, a fraternidade, o cuidado da casa comum, a hospitalidade e a partilha diária do pão”.

A eucaristia foi concelebrada pelo bispo auxiliar, D. Delfim Gomes, pelo arcebispo emérito e por vários cónegos e sacerdotes da Arquidiocese de Braga.

A propósito do início da Quaresma, o arcebispo de Braga deixou uma mensagem para este tempo.

“Vivemos um tempo complexo, um tempo delicado. Por isso mesmo é que precisamos de, juntos, peregrinar na fé, na esperança e na caridade, para nos sentarmos à mesa com Jesus, escutar a Sua palavra, experimentar a beleza e a amizade do encontro e sentirmo-nos sempre em caminho”, indicou.

A Quaresma, iniciada esta Quarta-feira de Cinzas, é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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