João Maria Carvalho diz que é feito de música e palavra, e, por consequência, é feito de silêncio: aquele que o acompanha nas caminhadas em Elvas, nas respirações dos poemas que lê pela primeira vez e dos que acompanham repetidamente e necessariamente, os seus dias; é feito dos sons da ronca, um instrumento tradicional do Alentejo, de música clássica, dos profetas Nick Cave e Chico Buarque, dos poemas que entram na liturgia para tecer as comunidades. O jovem de 24 anos, que calou a Praça de São Pedro, no Vaticano, quando cantou à capella o «Cântico das Criaturas», quer tecer a Igreja com a esperança que encontra em comunidades criativas que dizem o cristianismo hoje em relações próximas, onde a palavra «mano» ou «mana» revelam a identidade fundadora.