Documento do Conselho Pontifício Justiça e Paz apresentado em Lisboa
Lisboa, 18 set 2013 (Ecclesia) – O livro ‘A vocação do líder empresarial’, publicado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, foi apresentado esta terça-feira em Lisboa como uma obra essencial para o dia-a-dia dos empresários e dos trabalhadores para a valorização do trabalho.
“É a primeira vez que o Conselho Justiça e Paz entra nesta temática e é importante porque sublinha muito o que chama de líder empresarial cristão”, explica à Agência ECCLESIA o padre Ildefonso Camacho, diretor da Faculdade de Teologia de Granada, em Espanha, e especialista em ensinamento social da Igreja.
O responsável pela apresentação do livro ‘A vocação do líder empresarial’, destaca a “novidade” da obra que não se remete aos empresários em geral mas particulariza explicando como “um cristão pode viver de forma cristã enquanto líder empresarial”, assinala Ildefonso Camacho à Agência ECCLESIA.
“Mais do que uma responsabilidade maior, é diferente, porque deve estar marcada pela fé e pelo compromisso de transformação da sociedade”, acrescentou.
Para a apresentação e comentário deste livro, promovida pela Paulus Editora, foram também convidados António Pinto Leite, presidente da Associação Católica de Empresários e Gestores (ACEGE), e Fátima Almeida do Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC).
Para o presidente da ACEGE, este documento é “muito importante” para que os empresários compreendam melhor a forma de gerir a sua empresa e fomentarem a relação com os trabalhadores.
Para além de fazer uma análise da “economia moderna”, a obra revela-se também um “guia de gestão e um guia espiritual de grande folgo e peso”, assinala António Pinto Leite.
O documento ‘A vocação do líder empresarial’ “situa a responsabilidade” dos empresários na análise que apresenta e ainda tem uma dimensão prática com um formulário “dirigido à consciência dos líderes empresariais em geral e católicos ou cristãos em especial”, prosseguiu.
Por sua vez, a responsável do Movimento de Trabalhadores Cristãos destaca, neste documento, a concretização de “alguns pilares presentes da Doutrina Social da Igreja sobre o valor do trabalho na atualidade”.
Segundo Fátima Almeida, o trabalho tem de ser valorizado através dos pontos comuns que unem os empresários e os trabalhadores para que se possa “dignificar quem o executa”: “Isso implica ter salários justos, pagar impostos ao Estado para que possa haver um desenvolvimento social e ambiental”.
Noutro campo da sociedade está a política, que Ildefonso Camacho considera estar “desprestigiada em muitos ambientes”.
Para o especialista em ensinamento social da Igreja é preciso valorizar a política porque esta “ocupa-se por garantir os interesses gerais da sociedade” e os empresários também colaboram nesta responsabilidade.
Desta forma, os cristãos têm “o maior interesse por envolver-se na vida política” como fazem noutros setores sociais e económicos para que a sua presença seja “mais clara com um compromisso mais profundo”, concluiu.
Ildefonso Camacho vai estar hoje na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, que promove juntamente com a Cáritas Portuguesa uma conferência intitulada ‘Desafios atuais ao compromisso social dos cristãos: recuperar a visibilidade do evangelho?’.
MD/CB/OC