As pessoas “não frequentam muito a Igreja e estão um pouco a leste disso”.
Lisboa, 18 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo emérito de Santarém, D. Manuel Pelino, escreveu um livro com 8 catequeses para a vivência do jubileu 2025 e considera que o próximo Ano Santo “não pode ser apenas um conjunto de evento para ganhar indulgências”.
“Este livro surgiu porque um jubileu não pode ser apenas um conjunto de eventos para ganhar as indulgências, mas um momento de renovação da Igreja”, disse D. Manuel Pelino à Agência ECCLESIA.
A obra «Igreja, Testemunho da Esperança – oito catequeses para viver o jubileu» pretende que os cristãos vivam o ano litúrgico, “o grande catecismo da Igreja ao longo de 20 séculos”, realça D. Manuel Pelino.
Com oito catequeses, o bispo emérito de Santarém faz reflexões sobre Advento, Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa, Pentecostes, Tempo Comum e Nossa Senhora.
“A catequese não é apenas uma palestra, não é apenas um sermão, ela é um encontro com diálogo”.
Cada catequese escrita por D. Manuel Pelino é “proposta para dois encontros”.
No primeiro “há uma exposição, várias perguntas, e no fim de cada um dos números uma pergunta, e uma página para responder”, só depois as pessoas se encontram e fazem “uma síntese daquilo que pensaram”.
As pessoas “só assimilam aquilo que pensam e que celebram” e procuram “introduzir no coração e na mente” porque “o ouvir esquece”.
O livro tem também um glossário porque D. Manuel Pelino sentiu que a Igreja emprega palavras “que as pessoas não sabem o que é que significam”.
Outrora estes termos faziam parte do vocabulário “eclesial, litúrgico e bíblico” mas, atualmente, as pessoas “não frequentam muito a Igreja e estão um pouco a leste disso”.
Cada catequese apresenta também um santo como exemplo para aquele caminho.
“Um santo que concretiza aquela proposta do encontro porque as pessoas não esquecem os santos, figuras vivas”, disse o bispo emérito de Santarém.
Um dos santos apresentados é São João XXIII que convocou o Concílio Vaticano II que “não teve medo do futuro e construir um futuro”.
A última catequese é sobre os caminhos para preparar o futuro, todavia o autor considera que falta “crescimento interior” aos cristãos para esta vivência.
Os conteúdos do livro é uma forma de colocar “em prática” as conclusões do sínodo.
“A participação dos leigos na Igreja, o pronunciamento deles sobre os caminhos novos, supõe que eles tenham consciência mínima daquilo que é fundamental”.
Através os tempos litúrgicos, as pessoas conseguem chegar “às dimensões fundamentais da fé”.
“As pessoas vão à missa, conhecem o Natal, mas aquilo está desligado, falta aquela integração no círculo litúrgico”, finaliza D. Manuel Pelino.
LFS