Lisboa, 25 nov 2014 (Ecclesia) – A autora da obra «Um genocídio de proximidade – justiça, poder e sobrevivência no Ruanda» considera o livro “bastante violento” que questiona para os limites da natureza humana.
Na sessão de apresentação do livro, realizada esta segunda feira, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, Teresa Nogueira Pinto disse à Agência ECCLESIA que a ideia de realizar esta investigação nasceu após a leitura de “alguns relatos de sobreviventes”.
Os relatos impressionaram bastante a autora da obra, editada pela Cáritas Portuguesa, pela “violência deste genocídio” e por levantar uma “série de questões no campo da ciência política e das relações internacionais”.
“É absolutamente necessário” refletir sobre estes temas, tendo em conta que “os genocídios sempre aconteceram na história”.
Para Teresa Nogueira Pinto, o genocídio resulta “de questões de poder e de identidade” e, enquanto houver “política estas questões vão ser prementes”, sublinhou a autora.
Apesar destes confrontos sangrentos, a autora da investigação realça que, “infelizmente”, não é o passar do tempo que vai “acabar com este tipo de crimes”.
O livro foi apresentado por Nuno Rogeiro – que fez também o prefácio – que realçou à Agência ECCLESIA o genocídio do Ruanda (país africano) foi um “dos casos que chocou mais a humanidade” nos últimos tempos.
Este conflito sangrento aconteceu em 1994 – envolveu duas etnias, os Tutsis e os Hutus – “provocou graves controvérsias”, sublinhou Nuno Rogeiro.
A obra não é importante apenas pelas “respostas que dá”, mas também “pelas perguntas que deixa” sobre esse genocídio do século passado.
A autora nasceu em 1984 em Lisboa e é mestre em Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
LFS