Sacerdote da Diocese de Coimbra analisa o tema a partir de 18 encontros de Jesus
Lisboa, 14 jan 2019 (Ecclesia) – O padre Nuno Santos considera que qualquer um daqueles que se cruzaram com Jesus “não tinha lugar” nas comunidades atuais, mas “Ele acolheu-os a todos”, e sem a vivência da esperança o “cristianismo é quase uma proposta inútil”.
Para o sacerdote, da Diocese de Coimbra, que fez uma tese de doutoramento sobre o tema «A esperança que Jesus dá», “não basta falar de esperança” para que esta seja um dado adquirido, mas “é preciso vivê-la e celebrá-la”.
O “maior ganho” da esperança “não está na economia e na conquista de um lugar”, como refere o Papa Francisco, tal como outros papas, ao lembrar que “muitas da não adesões são fruto da vivência cristã”.
“Antes de se criticar os outros”, os cristãos devem pensar como estão “a viver a esperança”, afirmou.
Nos tempos atuais, a sociedade é “muito multifacetada” visto que se “vive num tempo de pós modernidade” e “é muito difícil ter uma leitura unívoca da sociedade”, sublinhou o padre da Diocese de Coimbra, reitor do Seminário Maior.
A valorização da pessoa “no sentindo mais individual e egoísta” e das suas “conquistas e objetivos” é percetível e notória na sociedade atual.
A esperança parte “das raízes” e se o mundo de hoje está centrado no “on-line” e “na mobilidade humana”, a vida perde este pilar da raiz.
Para a geração deste padre “a palavra verdade não mobiliza” porque existe “uma perceção da fragilidade permanente da verdade”.
O tempo atual “é um espaço muito evangélico” porque “Jesus falou à verdade de cada um” e da verdade que Ele é “faz um caminho daquela história”, frisou.
Numa época “cheia de notícias falsas” e “inverdades”, as pessoas necessitam de se concentrar “em algo mobilizador” e o cristianismo deve chegar à verdade “através da esperança”, disse.
A esperança “não pode ser teórica” porque é uma “celebração permanente da vida” visto que o Evangelho “é feito de encontros”.
Na investigação para o doutoramento sobre o tema da esperança, padre Nuno Santos analisou os encontros de Jesus, nos diferentes Evangelhos, concluindo que “Ele dá uma esperança concreta”.
A esperança “não pode ser adiada” porque esta “encaminha para um tempo maior e pleno do que nós”.
Para o autor do estudo «A esperança que Jesus dá», a esperança “não é o lugar da perfeição” mas “do encontro de quem é peregrino”.
PR/LFS