Para Fátima Eusébio «é importante este tipo de publicação estruturada», a divulgação nas redes sociais «acaba por ser muito efémera»
Viseu, 11 jun 2025 (Ecclesia) – O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), publicou um novo número da revista ‘Invenire’, que é resultado também da reflexão e “diálogo com as dioceses”, onde introduziram “boas práticas”.
“Num mundo da comunicação e com redes sociais já há muita informação veiculada a esse nível, mas consideramos que é importante que haja este tipo de publicação estruturada desta forma, e que nos dê uma abordagem daquilo que é a realidade dos bens culturais a nível do território nacional, e também que traga os contributos em termos de estudos de investigação”, explicou a diretora do SNBCI, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A revista ‘Invenire’ partilha “conhecimento com os artigos de investigação”, nesta edição na parte de estudos, e também um dedicado à iconografia, “um saber ler aquilo que são as obras de arte”, assinalou Fátima Eusébio referindo que, neste novo número, o primeiro da III série, introduziram uma seção dedicada às “boas práticas”, porque consideram que existem “áreas estratégicas”, como a conservação e o restauro, os arquivos, os museus, as exposições temporárias, que “devem ser dadas a conhecer”.
“É importante que as dioceses tenham acesso a este cruzamento de informação, porque aquilo que continuamos a verificar é que a divulgação nas redes sociais acaba por ser muito efémera, desaparece rapidamente, e por isso este recurso”, acrescentou.
A diretora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja destaca que, nestas ‘boas práticas’, introduziram uma parte sobre ‘evangelizar com o património’, porque consideram que essa “é a missão primeira do património” dos Bens Culturais da Igreja, e querem divulgar “o quanto se pode fazer e com criatividade”, porque se pode realmente tornar o património da Igreja “um instrumento de evangelização e de comunicação” da identidade da Igreja Católica para os crentes e os não crentes.
“Nós temos as nossas Igrejas hoje, onde entram, sobretudo, nos grandes centros, mas mesmo no interior, nas pequenas localidades, os turistas, e várias vezes me questiono o que é que eles levam depois de entrar a não ser-se, que é um espaço bonito, isso é evidente, mas o que é que este belo significa. Porque por trás da beleza deste espaço, com este património, está uma mensagem, há um significado específico que se pretende comunicar”, desenvolveu a entrevistada, salientando que essa “mensagem interessa também aos não-crentes”.
Fátima Eusébio explica ainda que querem “reforçar bastante” a publicação de notícias das dioceses na revista, “para mostrar o trabalho que se vai desenvolvendo nas dioceses”, para além da seção ‘destaque’ nesta edição sobre o Museu Diocesano de Santarém, que comemora 10 anos.
“E também trouxemos duas componentes que consideramos muito importantes, que é o património imaterial – estão a ser desenvolvidas inúmeras iniciativas de classificação do património imaterial, o que é fantástico – e os artistas contemporâneos”, salientou, no Programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.
O primeiro número, da III série, da revista ‘Invenire’ foi apresentado pelo professor catedrático emérito Vítor Serrão, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no dia 30 de abril, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima.
A revista semestral do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja é publicada desde 2011, “sempre” como um “veículo de comunicação sobre aquilo que é os bens culturais com toda a sociedade”, e já saíram 16 números.
A diretora do SNBCI adianta que estão “a preparar já o segundo deste ano”, e informa que este novo número da ‘Invenire’, referente ao primeiro semestre de 2025, “está à venda nas livrarias”, pode ser adquirido no sítio online deste organismo da Igreja Católica, e receber “por correio imediatamente”, e ser assinante.
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