Publicações: Papa publica livro sobre a esperança, «um dom e uma tarefa para todo o cristão»

Obra dedicada ao tema do Jubileu 2025 reúne excertos de discursos de Francisco  

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 06 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu que a esperança é “uma tarefa e um dom para todo o cristão”, num novo livro dedicado ao tema do Jubileu 2025, lançado hoje, que reúne excertos dos discursos do pontífice.

“O Jubileu de 2025, ano santo que eu quis que fosse dedicado ao tema ‘Peregrinos de esperança’, é uma ocasião propícia para refletir sobre essa virtude cristã fundamental e decisiva”, afirmou o Papa, no texto de introdução da obra ‘A esperança é uma luz na noite’.

Francisco assinala a pertinência do tema, no momento atual, “em que a terceira guerra mundial em pedaços se está a desenrolar” diante dos olhos que pode levar “a assumir atitudes de desânimo sombrio e cinismo mal disfarçado”.

“A esperança, por outro lado, é um dom e uma tarefa para todo cristão. É um dom porque é Deus quem a oferece a nós”, refere, ressaltando que “esperar, de facto, não é um mero ato de otimismo”, dando o exemplo de quem espera passar num exame na universidade ou que o tempo esteja bom.

Segundo o Papa, esperar é “aguardar algo” que já foi dado, isto é, “a salvação no amor eterno e infinito de Deus”: “Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres”.

“Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus que não se fechou em seus céus impenetráveis, mas que se fez carne e sangue, história e dias, para compartilhar o nosso destino”, desenvolveu.

Segundo o Papa Francisco, “a esperança é também uma tarefa que os cristãos têm e devem o dever de cultivar e fazer bom uso para o bem de todos os seus irmãos e irmãs”.

“Deus é fiel a nós, a nossa tarefa é aquela de responder a essa fidelidade”, frisou, dando conta que não são os cristãos que geram essa fidelidade.

“Ela é um dom de Deus que opera em nós se nos deixarmos plasmar pela sua força de amor, o Espírito Santo que age como um sopro de inspiração no nosso coração”, referiu.

No texto introdutório, o Papa conta a história de duas testemunhas excecionais de esperança: dois pais, um israelita, Rami, e outro palestiniano, Bassam.

“Ambos perderam suas filhas no conflito que ensanguenta a Terra Santa há muitas décadas. No entanto, em nome da dor deles, do sofrimento que sentiram com a morte das duas filhas pequenas – Smadar e Abir – eles se tornaram amigos, na verdade, irmãos: vivem o perdão e a reconciliação como um gesto concreto, profético e autêntico”, relatou.

Para Francisco, conhecer estes pais deu-lhe “muita esperança”, reforçando que a amizade e fraternidade entre os dois ensinaram-no “que o ódio, concretamente, pode não ter a última palavra”.

“A reconciliação que eles experimentam como indivíduos, profecia de uma reconciliação maior e mais ampla, constitui um sinal invencível de esperança. E a esperança nos abre a horizontes impensáveis”, enfatizou.

No texto, o Papa convida os leitores a fazer um gesto simples, mas concreto: “à noite, antes de ir para a cama, relembrando os eventos vividos e os encontros que teve, vão em busca de um sinal de esperança no dia que acabou de passar”.

“E precisamos voltar a ser crianças, com seus olhos atônitos sobre o mundo, para encontrá-la, conhecê-la e apreciá-la. Vamos treinar para reconhecer a esperança. Poderemos então nos maravilhar com o tanto de bem que existe no mundo. E o nosso coração se iluminará de esperança. Poderemos, então, ser faróis de futuro para quem está ao nosso redor”, concluiu.

Além da “Esperança é uma luz na noite”, antologia com 92 páginas, a Livraria Editora Vaticana (LEV) publicou a obra “A fé é uma viagem”, que ficaram disponíveis hoje em Itália.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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