Obra tem prefácio da professora Maria Clara Bingemer e conta com fotografias a preto e branco e uso de QR corde
Braga, 02 out 2025 (Ecclesia) – O padre Joaquim Félix de Carvalho, da Arquidiocese de Braga, lançou um novo livro com o título “Teorbas Brancas”, que reúne 41 homilias dos domingos do tempo comum e das festas do Senhor.
A publicação sucede ao volume “Teorbas dos Tempos”, publicado em 2024, com a edição da “Officium Lectionis”, que volta a editar a nova obra.
“A homilética não seja considerada apenas uma área da teologia, mas uma área de estudos transdisciplinares em si mesma, é o que parece que se pode inferir deste livro que o leitor tem em mãos e que recolhe várias homilias pronunciadas pelo autor”, pode ler-se no prefácio.
Maria Clara Bingemer, professora na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no departamento de Teologia, no Brasil, é quem assina esta parte do livro, destacando o padre Joaquim Félix de Carvalho como alguém com “uma trajetória de vida e de estudos transdisciplinar”.
“Na docência mesmo, [o autor] interage com vários públicos, desde seminaristas, sacerdotes e religiosos, até jovens alunos de escolas e leigos que são ativos no trabalho pastoral”, assinala, referindo que as homilias refletem a personalidade do sacerdote, que é “inseparavelmente académico e pastor”.
A professora salienta o facto de o autor estar “totalmente aberto à inspiração e à ação do músico que toca as teorbas”, instrumento musical semelhante a um alaúde, que o padre Joaquim Félix de Carvalho classifica como “brancas”.
“Num dos capítulos explica a eleição desta cor. Radica-se na importância que lhe parece ter o que chama de ‘pergunta branca’. Ele considera-a decisiva e explica porquê. ‘Porque, mais do que nunca, hoje é imprescindível escutar os outros, inclusive a multidão anónima, nos dizeres dissonantes em que, por vezes, há passos de aproximação a Jesus’”, contextualiza.
Maria Clara Bingemer realça que as homilias “se propõem igualmente a isso: escutar, algo tão fundamental sobretudo em uma Igreja que se deseja sinodal, como propôs o Papa Francisco”.
“Por fim, o livro não deixa esquecer nem por um minuto que homilética e liturgia estão inseparavelmente entrelaçadas na teologia que o compõe”, indica.
No final do prefácio, a docente evidencia que “as Teorbas Brancas que intitulam esse belo livro foram tocadas sob a inspiração do Artista maior, do Mistério Santo que é origem sem origem de todas as coisas cuja melodia somos chamados a escutar”.
“Mas igualmente o Sopro do Espírito que a tudo move nos enche as narinas do perfume divino que diz que a autocomunicação de Deus perpassa a todos e a todas as coisas. Mesmo a brutalidade das coisas, os odores não identificáveis, os ruídos dissonantes”, conclui.
Tal como o volume publicado em 2024, este novo privilegia uma organização que atende à sequência litúrgica, não ao ano civil e, em em vez de contemplar todos os domingos, o autor atendeu a outros parâmetros: um deles, por exemplo, leva a publicar mais do que uma homilia para a mesma celebração, em anos sucessivos.
A obra conta com fotografias a cores e a preto e branco; um haiku (poema) por cada uma das homilias, em página única; e, para maior interatividade dos leitores, o uso do QR Code a fim de aceder, através dos telemóveis, a conteúdos audiovisuais: filmes, músicas, artigos, obras literárias e de arte, etc.
LJ/OC