Proposta do presidente do Conselho Pontifício da Cultura foi reflexão quaresmal do Papa e Cúria em 2013
Lisboa, 30 jan 2015 (Ecclesia) – O padre Alexandre Palma apresentou o livro «O grande encontro entre Deus e a sua criatura», do presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), onde através dos salmos “rostos contemplam-se e reconhecem-se”, esta quinta-feira, em Lisboa.
“O fio condutor é o saltério, os 150 salmos num duplo movimento que o autor apresenta na introdução quer ascendente em busca do rosto de Deus, quer depois descendente em que o rosto do homem também aparece documentado na oração dos salmos”, explicou o sacerdote no auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa.
À Agência ECCLESIA, destacou que ao longo do livro “desenha-se” o rosto de Deus e no seu rosto o do homem de uma “maneira muito plural, muito aberta, muito autêntica e muito verdadeira” e como um “arco-íris os rostos contemplam-se e reconhecem-se”
“O livro não é apenas sobre a dignidade do homem diante de Deus mas também e ainda do homem diante de si próprio”, desenvolve sobre as reflexões do presidente do Conselho Pontifício da Cultura.
O agora livro «O grande encontro entre Deus e a sua criatura» reúne as comunicações que o cardeal Gianfranco Ravasi pregou no retirou ao Papa emérito Bento XVI e à cúria romana no início da Quaresma 2013.
“Este facto bastante normal tem o particular de ser um ano diferente no contexto da renúncia do Papa Bento XVI e ainda na expectativa do novo pontífice”, contextualizou o sacerdote sobre o fio condutor que se centrou nos 150 salmos apresentados agora em 17 capítulos.
A diretora da Paulinas Editora, que publica o livro em Portugal, frisa a ideia de que a reflexão sobre os salmos “ajuda a aprofundar a espiritualidade”.
“É um livro que serve para todas as pessoas porque há uma grande apetência para os salmos e o livro pode conduzir a isso”, acrescenta a irmã Eliete Duarte.
Para o padre Alexandre Palma, o universo de “sentimentos crentes” que transparecem no Livro dos Salmos vai dando a “coloração tanto ao rosto de Deus”.
O cardeal Gianfranco Ravasi recebeu hoje o “doutoramento honoris causa” pela Universidade Católica Portuguesa, na sessão académica que antecede o dia nacional da instituição celebrado este domingo.
O sacerdote destaca a “criação de pontes e de diálogo” como um elemento que caracteriza a ação do homenageado com a pasta da cultura na Santa Sé.
Um aspeto que também “transparece” em «O grande encontro entre Deus e a sua criatura», observa o padre Alexandre Palma, que considera interessante como na publicação “convoca” um conjunto de autores – filósofos, cientistas, homens da cultura e da literatura – que a “maior parte não” se suspeitaria encontrar na pregação de um retiro.
“Em certo sentido encontramos o traço da personalidade eclesial e teológica que é estimular o diálogo da Igreja com o mundo, com a cultura, sendo que esta não está à margem mas no meio dela”, desenvolve.
Neste contexto, a diretora da Paulinas Editora assinala também a “grande capacidade de diálogo e cultura” do cardeal Gianfranco Ravasi que como o Papa Francisco acolhe e fala com todos.
“Os livros dele podem ser lidos por qualquer pessoa independentemente do seu credo, há sempre uma mais-valia independentemente da condição religiosa”, observa a irmã Eliete Duarte.
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