Publicações: Novo «Observatório da Cultura» é dedicado ao «Átrio dos Gentios»

Boletim anuncia tema, data e local da 8.ª Jornada organizada pelo Secretariado dirigido pelo padre Tolentino Mendonça

Lisboa, 19 abr 2012 (Ecclesia) – O mais recente ‘Observatório da Cultura’ é dedicado ao ‘Átrio dos Gentios’, iniciativa criada pelo Vaticano para o diálogo entre crentes e não crentes que vai chegar pela primeira vez a Portugal em 16 e 17 de novembro.

O número 17 da publicação semestral do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, a que a Agência ECCLESIA teve acesso, revela que o encontro começa em Guimarães e termina em Braga, cidades que em 2012 são as capitais europeias da Cultura e da Juventude.

O responsável operacional da iniciativa, cónego José Paulo Abreu, adianta que estão previstas conferências e ‘workshops’ em torno do “sentido da vida”, e apesar de se escusar a revelar os convidados porque não há confirmações, diz que gostaria de contar com personalidades como António Damásio, João Lobo Antunes e Leonor Beleza.

O encontro, que conta com a presença do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, entidade que promove o “Átrio dos Gentios”, termina com uma festa que incluirá “teatro, música, poesia e, eventualmente, alguma exposição”.

No boletim é revelado que a 8.ª Jornada da Pastoral da Cultura, agendada para 22 de junho, em Fátima, vai intitular-se “Há uma alegria e uma esperança em nós – O diálogo com a cultura no espírito do Concílio”.

A edição de abril abre com um discurso que Bento XVI proferiu em dezembro de 2009, onde afirmou à Cúria Romana que a “Igreja deveria abrir uma espécie de ‘átrio dos gentios’, onde os homens pudessem de qualquer modo agarrar-se a Deus, sem O conhecer e antes de terem encontrado o acesso ao seu mistério”.

O ‘Observatório da Cultura’ prossegue com uma entrevista ao cardeal Gianfranco Ravasi, onde o responsável salienta que “o grande desafio” para a Igreja Católica “não é o ateísmo, mas a indiferença”.

O prelado italiano assina um texto onde explica a “metáfora” do átrio dos gentios, recinto situado no Templo de Jerusalém, ao tempo de Jesus, que era reservado aos “pagãos”, a quem era proibida, sob pena de morte, a entrada noutros espaços.

A iniciativa desenvolvida pelo Conselho Pontifício da Cultura quer eliminar a “separação” entre crentes e não crentes, “num encontro de paz, de diálogo e de procura comum”, sustenta D. Gianfranco Ravasi, acrescentando que a plataforma não pretende converter-se num lugar de evangelização.

Isabel Varanda, responsável pelo Instituto de História e Arte Cristãs, estrutura envolvida na organização portuguesa do ‘Átrio dos Gentios’, explica a génese desta estrutura, que remonta a 1965 com a fundação do Secretariado para os Não Crentes por parte do Papa Paulo VI.

A professora da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa recorda os valores inspiradores e os objetivos da iniciativa, e elenca os encontros realizados até agora, desde a apresentação em 12 de fevereiro de 2011, na cidade de Bolonha.

Paris, Assis, Bucareste, Florença, Tirana, Palermo e Barcelona, com encontro marcado para 17 e 18 de maio, antecedem a realização do “Átrio dos Gentios” na Arquidiocese de Braga.

Os textos do boletim vão ser gradualmente disponibilizados no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

RJM

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