Publicações: Novo livro do padre José Frazão Correia «Quem Quiser ganhar há de perder» convida a refletir sobre formas de dar força ao Evangelho hoje

Sacerdote Jesuíta apresenta mais recente obra, cujo título é uma frase do Evangelho de São Mateus

Lisboa, 11 nov 2025 (Ecclesia) – O padre José Frazão Correia, jesuíta, tem um novo livro intitulado “Quem quiser ganhar há de perder”, que reflete sobre o desafio de dar formas à força do Evangelho nos dias de hoje.

“No fundo, [a obra] tem uma dupla preocupação. A primeira preocupação é como é que neste tempo de mudança o Evangelho continua a ser uma força capaz”, a ter “relevância existencial”, “alcance cultural” e “pertinência eclesial”, explicou o sacerdote, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.

Da Paulinas Editora, a obra foi lançada em outubro e apresentada no dia 30 do mesmo mês, na Brotéria, casa de cultura fundada pelos jesuítas portugueses no Bairro Alto, em Lisboa.

“Se o Evangelho não queimar, é porque perdeu-se alguma coisa. E, portanto, há uma necessidade, parece-me, de voltar a um contacto vivo, generoso, disponível com o Evangelho, para que ele, de facto, nos queime, nos interpele”, afirmou o padre José Frazão Correia.

A segunda parte do livro centra-se no modo como a força do Evangelho pode realizar-se em formas que sejam coerentes.

“Essa é uma preocupação, uma análise, um diagnóstico que também procuro fazer nas páginas deste livro, é a perceção de que herdamos da tradição muitas formas. Formas, o que é que significa? São palavras, é teologia, é catequese, é a organização da Igreja, são leis, etc”, indicou.

Segundo o sacerdote, muitas delas “perderam a força” com a mudança de tempo e, por isso, cabe aos cristãos o “exercício de recriação”.

O autor considera que a disponibilidade e a liberdade das crianças, a que faz referência no final do livro, seriam um bom modo de reavivar o fogo que é o Evangelho.

“Quem nos vê de fora parece que, para ser cristão hoje, é preciso ser um homem e uma mulher de há 50, 60 anos. Ora, essa operação não se pode propor. Então, como é que poderemos ser homens e mulheres de hoje, e, sendo homens e mulheres de hoje, sermos capazes de avivar, reavivar, realizar esse fogo que é o Evangelho?”, questionou.

“Quem quiser ganhar há de perder” é uma obra que procurou levar a sério aquilo que o Papa Francisco identificou como uma mudança de época e os desafios que esta coloca à Igreja, tendo como título uma frase do Evangelho de São Mateus.

“Na realidade, já ninguém quer perder individualmente, habitualmente queremos ganhar, queremos ficar à frente, queremos ter sucesso, coisas legítimas. Mas é interessante deixar provocar, por essa exortação de Jesus, uma espécie de regra de jogo, de um jogo que poderíamos jogar, quase como as crianças”, salientou.

A frase traduz de algum modo a atitude espiritual necessária, assinala o autor, isto é, a disponibilidade para enfrentar “de uma maneira positiva, esperançosa, esta mudança de tempo”.

“Para o fazer é preciso essa disponibilidade, uma espécie de liberdade, não para nos agarrarmos a alguma coisa para sobreviver, mas acolher o bom que este tempo de mudança nos traz, com todos os desafios e desconfortos”, referiu.

O sacerdote jesuíta relata que a grande parte dos textos do livro foram escritos ainda no pontificado do Papa Francisco, realçando que, por esse motivo, existe a dedicatória ao pontífice como “sinal de gratidão”.

“Creio que ele deixou muito à Igreja ainda por explorar na linha do Vaticano II, é um grande intérprete do Vaticano II, mas este desejo de paz do Papa Leão XIV parece-me que também é um desejo capaz de mobilizar muita força, muito fogo, muita energia”, mencionou.

O livro pode ser encontrado nas livrarias e no site da Paulinas Editora.

LS/LJ/OC

Partilhar:
Scroll to Top