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O padre José António é assistente espiritual e religioso no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra há 18 anos e partilhou num livro o acompanhamento da fragilidade de muitas pessoas, nomeadamente no fim da vida
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Coimbra, 31 out 2018 (Ecclesia) – O padre José António é assistente espiritual e religioso do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e colocou no livro “Momentos de muitas vidas” a experiência de acompanhamento de doentes durante estes 18 anos, nomeadamente nos últimos dias de vida.
No mês de novembro, de memória dos familiares e amigos defuntos, a Agência ECCLESIA foi ao encontro da experiência do padre José António, como é conhecido, partilhada numa conversa que percorreu várias enfermarias e parou pelos corredores hospitalares, sem ter saído da mesma sala.
“Uma catarse”… É assim que o sacerdote define o objetivo de escrever este livro, com mais de 180 páginas e ilustrações de Miguel Cardoso, onde são contados muitos episódios de quem acompanha vidas fragilizadas, que deixam marca no hospital e no coração do assistente religioso e espiritual, em Coimbra.
Com agenda “imprevista”, o padre José António tem dias que passa no hospital mais de 12 horas; “foge” na hora de almoço “para descansar”, mas ao fim do dia sai, quase sempre, feliz e com um “sentido de dever cumprido”.
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Os silêncios e as mãos dadas
Quando parte para uma primeira conversa, chamado pelo próprio doente ou por algum familiar, o sacerdote abeira-se da pessoa muitas vezes em silêncio.
“Digo quem sou, apresento-me dizendo que sou padre; depois pode haver um ou dois minutos de silêncio e aparece a conversa! Tenho de arranjar uma estratégia para falar, a terra de onde vem, os interesses…”, conta à Agência ECCLESIA.
O sacerdote é muito próximo na abordagem aos doentes, aos profissionais de saúde ou a quem dele se abeira para um cumprimento, uma conversa ou um comentário. São muitos os episódios que vai vivendo.
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“Uma senhora que conhecia há anos, eu ia visitá-la e ela tinha muita necessidade de companhia, a família vivia longe e não podiam estar presentes.
Um dia disse-me: sei que não pode estar aqui todos os dias mas quando puder venha aqui, pode não dizer nada mas dê-me a mão e depois pode ir embora. Eu fazia isso e ela ficava feliz. Acompanhei-a até ao último dia e foi um momento suave”.
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O padre José António trouxe este episódio, que consta no seu livro, para revelar que, no seu dia a dia, há gestos e silêncios mais importantes e valiosos do que muitas palavras.
“Muitas vezes não dizemos nada. É só mão na mão e, para o doente, já é tudo… Deve ser horrível morrer sozinho, na solidão. Mesmo que eu não conheça a pessoa, cria-se um lado de afeto. Sentir uma mão, sentir aquele calor, transforma-nos”, confessa de forma lenta.
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Hospital, lugar de vida
A entrada do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra é preenchida por movimentos de vai e vem, pessoas que entram e saem, para consultas, exames ou visitas. Por ali, um ou outro doente internado para “quem se tornou possível vir apanhar ar”. O padre José António conhece muitos e troca breves cumprimentos com quase todos.
A simplicidade com que passa de bata branca, ostentando o devido cartão de assistente espiritual e religioso, faz com que seja reconhecido, no espaço que apelida de “lugar de vida”.
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“No Hospital vive-se de tudo, há gente de todas as classes sociais, no hospital está a vida, mesmo com a doença e a morte, que fazem parte da vida”.
“A vida está aqui nos esforços que se fazem, que a ciência e a técnica fazem para curar as pessoas, as descobertas, os medicamentos, as cirurgias, todo o trabalho dos profissionais e a dedicação ao doentes”.
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Olha o hospital como uma segunda casa onde passa muitas horas por dia e onde encontra vidas verdadeiras.
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“Ninguém devia entrar na vida ativa sem fazer um estágio num hospital e numa cadeia, para poder ir para o mundo do trabalho sabendo o que é a vida”..
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Neste “lugar de vida” o padre José António já viveu muitos momentos bons, de afetos e alegrias, partilhas de vida que o marcaram, “momentos maravilhosos em que muitas vezes vêm as lágrimas em sentido contrário, lágrimas de alegria, é tão bom e sabe bem pois compensa os momentos difíceis”, diz de sorriso no rosto.
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Lutos diferentes
O passar dos anos ajudam a gerir melhor nos momentos de dor e luto mas, segundo o padre José António, não podem ser vividos de forma indiferente.
As situações mais delicadas têm de ser tratadas com toda a cordialidade e proximidade. O luto, por exemplo, é um momento para poucas palavras.
“Às vezes é mais difícil preparar os familiares para o luto, do que o próprio doente que já tem consciência que está no fim. As pessoas têm uma certa dificuldade em enfrentar estas situações… Ninguém gosta de ver outro a morrer e depois há uma ligação de afetos…”.
O padre José António vai sentindo algumas vezes esta falta de afetos e de presença em momentos dolorosos, recorda um caso, patente no livro.
“Era uma senhora sozinha, que estava muito mal, talvez nos últimos tempos e os filhos estavam emigrados. Quando a vieram visitar estiveram com senhora muito pouco tempo porque foram fazer festa para casa com os vizinhos e aquela senhora ali continuou sozinha…”
A presença de um padre nos últimos momentos é sentida como uma” companhia para a família” mas para o doente, se estiver consciente e que pede ajuda, é uma “questão de, simplesmente, o escutar”.
Há situações que “mexem” com este sacerdote, a relação de mães e pais com filhos em sofrimento, algo que sente ser “desumano”.
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“Não quero, de maneira nenhuma, viver esses momentos de maneira fria, senão não sou eu que cá estou, está uma máquina! Claro que não me posso deixar dominar por certos sentimentos, mas não posso ser um robot a atender e a escutar as pessoas”.
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“Ver um filho morrer é desumano. Que resposta hei de dar? É só estar, são situações em que as palavras estão a mais…”
“Nunca sei preparar um luto de um pai ou uma mãe, porque é sempre diferente… de vez em quando vou ao hospital pediátrico mas eu fujo…”.
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Vidas que deixam saudade
São muitas as vidas que marcaram este sacerdote ao longo de 18 anos de assistência hospitalar. Dos médicos aos enfermeiros, doentes que saíram curados, doentes que ali voltam de forma regrada e outras vidas que já partiram mas que deixaram marcas.
O padre José António recorda um doente que depois se tornou amigo. O pai veio pedir ao sacerdote que visitasse o filho.
E assim foi acontecendo durante os três anos de internamento do doente até ao dia da sua morte. Todos os dias o sacerdote o visitava, conversaram muito, tornaram-se amigos. E de um pedido de morte “nasceram” muitos momentos de vida.
Neste episódio o sacerdote relata muito mais do que amizade, demonstra o lado emocional deste assistente espiritual que acompanha as vidas e sente, também, saudades de quem partiu.
A publicação “Momentos de muitas vidas” vai ser apresentado no auditório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no dia 28 de novembro, pelas 14h30 e no Teatro da Sociedade Recreativa Ervedalense, Ervedal da Beira e Seixo da Beira, Oliveira do Hospital, no dia 30 de novembro, pelas 21h30.
SN
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“Quando lá cheguei ele pediu-me para o ajudar a morrer. Pensei uns segundos e disse-lhe que não era a pessoa indicada para isso mas, se ele quisesse podia ajudá-lo a viver nem que fosse cinco minutos”.
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