Responsáveis destacaram importância das religiões na sociedade
Lisboa, 20 nov 2013 (Ecclesia) – O livro “Interações do Estados e da Igrejas – Instituições e Homens”, foi apresentado na Biblioteca da Assembleia da República, esta terça-feira, por D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e Jorge Sampaio, ex-presidente da República Portuguesa.
Os dois responsáveis abordaram a obra que reúne estudos de diversos investigadores participantes no Seminário Permanente do Instituto de Ciências Sociais (Universidade de Lisboa) e do Centro de Estudos de História Religiosa (Universidade Católica Portuguesa) sobre o Estado e as Igrejas que, desde 2005, tem corporizado um projeto de trabalho sobre «A Igreja Católica e o Estado Português no Século XX: os cardeais António Mendes Belo (1906-1928), Manuel Gonçalves Cerejeira (1928-1972), António Ribeiro (1971-1998) e a República Portuguesa».
A apresentação do livro, editado pela Imprensa de Ciências Sociais, destaca que a interação entre o Estado e as Igrejas é “central para a compreensão das organizações políticas contemporâneas” e convida a contrariar “simplificações abusivas sobre esta matéria”.
Luís Salgado de Matos propõe padrões mundiais de relacionamento entre o Estado e as Igrejas; António Matos Ferreira apresenta um novo paradigma da Ação Católica; Teresa Clímaco Leitão analisa a democracia cristã na transição portuguesa de 1974-1982.
Sérgio Ribeiro Pinto apresenta o percurso do cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira e Paulo Fontes o do cardeal António Ribeiro, ambos patriarcas de Lisboa.
Segundo o blogue associado ao projeto de investigação, D. Manuel Clemente recordou que na última homília pública do cardeal António Ribeiro, este disse que “o Estado é o outro de Deus”, por isso não é divinizável mas local da palavra de Deus, destacando uma frase, do estudo de Paulo Fontes, que recusa o laicismo e aceita a laicidade.
Por sua vez, Jorge Sampaio explicou que como Alto-Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, função que já não desempenha, verificou que a diversidade religiosa é uma questão central da governação dos países.
Sobre os “homens”, o ex-presidente da República explicou que o texto de Sérgio Ribeiro Pinto sobre o cardeal Cerejeira e de Paulo Fontes sobre o cardeal D. António Ribeiro lhe tinham permitido compreender melhor os dois patriarcas de Lisboa.
Jorge Sampaio recordou que como presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1989-1995) manteve um “excelente relacionamento” com o cardeal António Ribeiro, que manifestava uma generosa visão da laicidade e aceitava um são laicismo, bem como a justiça social.
A obra foi organizada pelos historiadores António Matos Ferreira, diretor do CEHR, e Luís Salgado de Matos, da mesma instituição.
CB/OC