Autor apresenta 2ª edição da obra «Jesus, o orante e Mestre de oração»
Lisboa, 20 mai 2025 (Ecclesia) – O padre e biblista Armindo Vaz reeditou o livro “Jesus, o orante e Mestre de oração”, publicado pela primeira vez há quase 40 anos, com um intuito de “ser um contributo para a renovação da oração cristã”.
“É uma 2ª edição. Eu quis renovar completamente o livro que tinha sido publicado em 1987. São quase 50 anos a fazer oração que agora já não faço da mesma maneira que fazia em 1987. Por isso, renovei completamente o livro, sobretudo os capítulos 2 e 3”, explicou o autor, em declarações ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
Segundo o biblista, a “melhor maneira” de renovar a oração cristã “é rezar com Jesus”, “rezar como Jesus rezou”.
“Agora aí, porém, encontramo-nos com uma questão aguda, que é esta. Quem pode rezar como Jesus? E quem ouviu rezar, quem sentiu aquilo que Jesus dizia a Deus? Como penetrar na intimidade do Jesus orante, para perceber como e o que Jesus rezava?”, questiona.
Para o padre Armindo Vaz, a resposta “é difícil”, destacando, por outro lado, que “os discípulos viram que Jesus rezava” e “ensinou-os a rezar”.
“Portanto, podemos captar algo da oração de Jesus. Podemos captar, ao menos, minimamente o espírito da oração de Jesus e rezar com esse espírito”, referiu.
O biblista realça que a oração, como a de Jesus, pode ter “muitos aspetos”, “muitas formas” e “muitos conteúdos”.
Podem ser orações “de petição”, “de louvor”, de “ação de graças” ou de “lamentação”, identifica o sacerdote, que acrescenta que todas elas “são boas diante do Deus de Jesus”.
O padre Armindo Vaz reconhece o “grande problema da eficácia da oração cristã”, quando questionado sobre que relação estabelecer entre o que é pedido e recebido.
“De facto, faz angústia e problemas a muitos cristãos que reagem. Andamos há dois mil anos a rezar pela paz, pelo fim da guerra, pelo fim da fome no mundo. Andamos a rezar para sermos todos irmãos e não o conseguimos”, ressalta.
O autor salienta que se oração for “bem feita, no espírito de oração de Jesus”, “é sempre eficaz”.
“Só que temos que perceber que a eficácia da oração, isto é, a resposta de Deus à nossa oração, não faz sempre o mesmo caminho que a nossa petição e a nossa súplica fez, dirigindo-se a Deus”, indica.
“Nós pedimos coisas boas, materiais, a libertação de uma doença, da dor, etc. Mas Deus pode-nos responder por outro caminho”, acrescenta.
De acordo com o biblista, mesmo que não aconteça a “libertação da dor” pedida a Deus, as pessoas podem sentir-se atendidas, referindo que a resposta de Deus “foi eficaz”.
“Mas em que sentido foi eficaz? No sentido de que o facto de eu rezar a Deus deu-me sabedoria para eu saber sofrer e para saber, eventualmente, morrer, apesar de saber que Deus me queria libertar da dor. Não me libertou, porque não encontrou um mediador eficiente, isto é, a eficácia da medicina que me pudesse libertar, sabendo bem que Deus sempre nos quer salvar e libertar da dor”, elucidou.
O sacerdote defende que “Deus dó pode querer isso”, todavia para salvar da dor, “Ele precisa de mediação eficaz dos humanos”.
A 2ºedição do livro “Jesus, o orante e Mestre de oração”, da Edições Carmelo, segundo a descrição da obra, é dirigida a “todos os que se querem deixar tocar ativamente pela oração de Jesus e pelo seu projeto para a vida humana, em vista do aprofundamento do mistério que ele era e de dar intensidade à própria vida”.
PR/LJ