Publicações: Coleção «Pequena Fragmenta» ajuda crianças a «fazer perguntas, a pensar a vida»

Inês Castel-Branco apresenta «contos exigentes»

Lisboa, 16 dez 2015 (Ecclesia) – A diretora da coleção ‘Pequena Fragmenta’, da editora com o mesmo nome, afirmou que os três novos livros infantis são “para os pais e para os educadores trabalharem com as crianças” levando-as a “fazer perguntas, a pensar a vida”.

“Os livros têm um aspeto comum que é texto, imagens que existem sozinhas e as crianças veem, uma primeira leitura, mas depois têm um guião. Achamos importante permitir dar mais informação aos pais, aos professores, para conseguir chegar mais longe com os livros que deve suscitar perguntas, comentários, saber mais”, explicou Inês Castel-Branco.

À Agência ECCLESIA, a diretora da coleção infantil da Editora ‘Fragmenta’ adianta que com o guia de leitura “não querem” que os livros tenham um “tom moralista, dê respostas e feche visões”.

“O que queremos é precisamente colocar perguntas, ajudar a pensar e a conhecer outras realidades”, acrescenta.

“Histórias de Nasrudín; Respira” e “Funâmbulus” são três livros “muito diferentes” mas que segundo Inês Castel-Branco “dão pistas” para as futuras publicações da coleção infantil, “neste momento cinco livros que sairão em breve”.

‘Histórias de Nasrudín’ é a compilação de contos de um sábio que “desconcerta” pela ingenuidade, uma “figura típica da Turquia e do pensamento do Islão, do Sofismo.

‘Respira’, nasceu da experiência da entrevistada com os exercícios que os filhos fazem na escola: “Aprender a meditar e a respirar em cada manhã, uma porta de abertura para trabalhar melhor, rezar, um bocadinho este conhecimento que nos faz tanta falta no Ocidente.”

‘Funâmbulus’, é a “metáfora da corda”, onde o equilibrista caminha “como a vida que está cheia de nós, subidas, descidas, “ajuda as crianças a pensar o que é importante, olhar o horizonte”.

“São contos exigentes, para 7-8 anos. Achamos que isso é muito bom porque é nesta idade que se abrem horizontes e quanto mais conhecerem são pessoas mais abertas à vida e aos outros”, desenvolve a entrevistada.

“Dentro da linha de ‘Fragmenta’ (Barcelona, 2007) são livros para ajudar a pensar, a conhecer, que falassem de outras religiões, outras culturas”, explicou a editora, sobre a coleção infantil com que se iniciam a publicar em português.

O jornalista João Miguel Tavares, pais de quatro filhos e autor de três livros infantis, considera que estas publicações são “muito importantes” porque centram na pergunta “essencial” que todos devem fazer” – “Como viver, como ter uma vida boa?” – e que por “razões históricas desabitou-se a fazer”.

“Os três livros parecem muito diferentes entre si mas quando vamos folhear percebemos que têm muito em comum que é uma espécie de tentativa de responder a como viver, como aprender a parar, a refletir; e como podemos ter uma vida boa dentro daquilo que é uma espiritualidade mais sofisticada”, desenvolveu, criticando na “secularização do mundo” uma espécie de “infantilização da espiritualidade”.

O também jornalista António Marujo, especialista na temática religiosa, destacou a “preocupação” da Editora ‘Fragmenta’ em olhar a questão religiosa “numa perspetiva muito diversificada”.

Neste contexto, assinalou características comuns aos títulos do catálogo como “plural, diferentes olhares para religiões diferentes, credos diferentes” e que a coleção da ‘Pequena Fragmenta’ traz para os mais novos.

“Abertura ao conhecimento; ao diálogo; à diferença sempre na perspetiva de um grande aprofundamento da sua própria tradição, quer do debate cultural e quer do religioso”, disse o especialista na temática religiosa.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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