Publicações: «Clavis Bibliothecarum», uma chave que abre portas à investigação

Secretariado Nacional dos Bens Culturais apresentou obra com o levantamento de catálogos e inventários de bibliotecas da Igreja

Lisboa, 04 mar 2016 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja considera a obra «Clavis Bibliothecarum», uma chave que os autores “oferecem aos investigadores” para despoletar novas pesquisas.

Da autoria de Henrique Leitão e Luana Giurgevich, a obra «Clavis Bibliothecarum» foi apresentada, esta quinta-feira, na Biblioteca Nacional, em Lisboa e Sandra Costa Saldanha referiu à Agência ECCLESIA que, no início da produção da obra, “parecia um sonho, mas tornou-se efetivamente realidade”.

O livro «Clavis Bibliothecarum», editado pelo Secretariado Nacional dos Bens Culturais, apresenta-se como o mais completo levantamento de catálogos e inventários de bibliotecas da Igreja e é “uma referência no panorama cultural português”, sublinhou Sandra Costa Saldanha.

«Clavis Bibliothecarum» é a publicação de um conjunto vasto de fontes, com a descrição de “cerca de mil catálogos, inventários, listas de livros, provenientes de um conjunto muito vasto de instituições religiosas, cerca de quatro centenas de mosteiros, conventos e casas religiosas no nosso país”, disse Sandra Costa Saldanha.

A investigadora italiana Luana Giurgevich revelou à Agência ECCLESIA que foi uma “descoberta contínua ir aos arquivos e abrir as caixas com a documentação sobre as bibliotecas e um património artístico muito importante”.

A obra abrange um arco cronológico dos séculos X e XIX e apresenta cerca de 300 documentos inéditos, “documentação referente precisamente a essas bibliotecas, à sua gestão essencialmente, mas também àquilo que era o modo de organização dessas bibliotecas”, disse Sandra Costa Saldanha

A obra dá uma “visão global” do modo como as bibliotecas da Igreja se estruturavam e funcionavam em termos de “aquisição de livros” e em termos “de estruturação dos seus acervos e das suas coleções” que até 1834 constituíram “o essencial da leitura e do livro em Portugal”, acrescenta.

O livro é o resultado de um vasto trabalho de investigação desenvolvido durante seis anos pelo historiador de ciência Henrique Leitão, Prémio Pessoa 2014 e pela investigadora italiana Luana Giurgevich.

A obra só foi possível devido “à determinação e sentido de perfecionismo” da investigadora italiana, realçou Henrique Leitão.

Destaque para a participação na sessão de apresentação do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente; e do professor Noël Golvers, do Instituto Ferdinand Verbiest (Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica), que assina o prefácio da obra.

No dia 22 de março, a publicação vai ser também apresentada no Porto, neste caso na Biblioteca do Seminário Maior do Porto, pelas 17h00, com a presença do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais da Igreja e Comunicações Sociais, D. Pio Alves, e do professor Saúl António Gomes, especialista em História Religiosa.

Com o lançamento deste projeto, o SNBCI dá a conhecer ao público o primeiro número da coleção “Fontes para o Estudo dos Bens Culturais da Igreja”.

LFS

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