24ª edição da obra, em Portugal, foi apresentada pelo cardeal D. José Tolentino Mendonça e a atriz Sofia Alves
Lisboa, 01 abr 2022 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Tolentino de Mendonça disse esta quinta-feira que o ‘Caminho’, de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, é um livro que continua a falar aos leitores, quase 80 anos depois de ter sido escrito.
Em declarações aos jornalistas, na sessão de apresentação da 24ª edição da obra, em Portugal, o arquivista e bibliotecário da Santa Sé afirmou que esta publicação é um livro “clássico” da espiritualidade cristã moderna, mantendo atualidade para os leitores contemporâneos, “cristãos ou não”, em diversos âmbitos.
“Clássico é aquele livro que ainda não nos disse tudo o que tem para dizer”, precisou.
O cardeal madeirense elogiou o carisma próprio do Opus Dei, com “uma espiritualidade muito viva, muito marcante”, destacando o “grande testemunho” que homens e mulheres de vários países dão ao “encontrar Cristo na vida profissional, com uma espiritualidade ligada à vida dos leigos, do mundo”
A nova edição foi apresentada na Universidade Católica Portuguesa (UCP) por D. José Tolentino Mendonça e pela atriz Sofia Alves, a qual disse à Agência ECCLESIA que encontro no livro de São Josemaria Escrivá ensinamentos e reflexões que fazem parte do seu quotidiano e ajudam a criar “um caminho muito mais seguro”.
“É um caminho que me leva à verdade, à vida, que me leva a Jesus, com estes 999 pontos de introspeção”, indicou.
“Quando encontramos a resposta aos nossos anseios, sentimos que comunicamos com Deus. E Josemaria Escrivá, quando escreveu o Caminho, teve em conta a magnitude de escrever para o mundo, de deixar uma obra, com o seu amor universal”, acrescentou Sofia Alves.
O livro, informa o Opus Dei, aparece pela primeira vez em 1934 (em Cuenca, Espanha) com o título de ‘Consideraciones Espirituales’; na edição seguinte – realizada em Valência em1939 –, recebe já o seu título definitivo, ‘Caminho’, contando desde então com cerca de 4,5 milhões de exemplares publicados, em 43 idiomas.
Na sessão que decorreu na sede da UCP, em Lisboa, a atriz reconheceu publicamente a importância da fé, na sua vida, falando ainda da visita do Papa Bento XVI a Portugal em 2010.
“A minha fé é algo que me acompanha sempre”, disse aos presentes, relatando que o seu primeiro contacto com o livro “Caminho”, a partir do prólogo, lhe provocou um “choque”.
O vigário regional de Portugal do Opus Dei, monsenhor José Rafael Espírito Santo, falou à Agência ECCLESIA sobre “um livro que interpela todas as pessoas, porque é fruto de uma vida experimentada, vida de fé”.
O responsável destaca a proposta espiritual de “santificação na vida corrente”, para todas as pessoas, desafiadas a fazer “todo o bem que puderem, contando sempre com Deus”.
“O Caminho é um livro que espelha essa mensagem, interpelando ao diálogo com Deus”, sublinhou.
O sacerdote relatou que recebeu a obra há 50 anos, como oferta dos seus pais, com uma dedicatória: “Para que o Caminho te ajude a encontrar o teu caminho”.
“E ajudou mesmo”, concluiu.
Maria Cardoso, numerária auxiliar do Opus Dei, de 24 anos, destacou, por sua vez, a proposta de santificação “no quotidiano”.
“É muito inspirador para qualquer jovem”, com reflexões que “ajudam a estar em ligação com Deus” e a refletir sobre a missão de cada um, acrescentou.
O escritor e argumentista Manuel Arouca, presente na sessão de lançamento, afirmou que “a santidade acontece às pessoas mais normais da vida”, sublinhando a importância de apresentar “histórias verdadeiras” que podem “encher o coração”.
“Há histórias de santos que são grandes volte-face” e é importante “contá-las”, sustentou.
Khalid Sacoor Jamal, dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa, realçou a importância, para os crentes das várias religiões, de temas como a santidade e a oração.
“Através de pequenas atitudes, conseguimos uma pequena porção de santidade na terra, por assim dizer”, declarou.
A 24.ª Edição de ‘Caminho’ é publicada pela Editorial Lucerna; 50% das receitas da venda no lançamento da obra revertem para a campanha da Cáritas Portuguesa em favor da população ucraniana, vítima da guerra.
OC
O cardeal D. José Tolentino Mendonça assumiu seguir com “enorme preocupação” a guerra na Ucrânia, destacando que o Papa Francisco “tem insistido muito na necessidade de acabar com a guerra, pôr fim a esta invasão violenta, insensata, e passar às negociações de paz, ao trabalho diplomático”
“Numa guerra não há vencedores, há só vencidos”, alertou. |