Publicações: D. Américo Aguiar é uma «figura indispensável para compreender a Igreja Católica do Portugal contemporâneo», afirma João Francisco Gomes

Jornalista escreveu livro que procura apresentar pensamento e percurso do novo cardeal português

Foto: Ricardo Perna

Lisboa, 03 out 2023 (Ecclesia) – O jornalista João Francisco Gomes escreveu o livro ‘Américo Aguiar’, para apresentar aos leitores “quem é e o que pensa o organizador da JMJ, que o Papa elevou a cardeal”, no último sábado.

“Na minha opinião, acho que a melhor forma de sintetizar, nesta fase, é que é uma figura indispensável para compreender a Igreja Católica do Portugal contemporâneo, seja pelo estilo, seja pelo modo como trabalhou ao longo dos últimos anos”, disse o autor, à Agência ECCLESIA.

João Francisco Gomes, profissional do jornal online Observador, destaca a forma de trabalhar de D. Américo Aguiar quanto “à crise dos abusos sexuais, quer especialmente na organização da Jornada Mundial da Juventude”, mas também por aquilo que “vão sendo os sinais que o Papa Francisco tem dado”, como a sua criação como cardeal e a nomeação para a Diocese de Setúbal, que “traduzem aquilo que é a Igreja que o Papa está a construir para o século XXI”.

D. Américo Aguiar foi criado cardeal, pelo Papa Francisco, este sábado, num consistório que decorreu na Praça de São Pedro; nomeação cardinalícia do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 foi anunciada a 9 de julho.

A 21 de setembro, o Papa nomeou o então auxiliar de Lisboa como novo bispo de Setúbal.

“Olhando para estas duas nomeações fazem todo o sentido e não podem ser lidas independentemente uma da outra. Nem independentemente do que tem sido um esforço do Papa Francisco que eu acho que tem ido em dois sentidos, quando olhamos para o Colégio dos Cardeais: tem tentado universalizar, gente vinda de todo o mundo; temos um colégio cada vez mais composto por bispos diocesanos e não por cardeais que estão na Santa Sé, homens de gabinetes”, analisou João Francisco Gomes.

Segundo o jornalista, a biografia do novo cardeal português “é um percurso muito interessante”, porque a vida dele é “um pouco diferente”, “não nasceu numa família especialmente católica”, como o próprio descreve, “uma família de casamentos, batizados e funerais”.

Neste contexto, o autor recorda que o bispo eleito de Setúbal “teve uma passagem muito importante no escutismo católico”, onde surgiram “duas áreas de grande relevo” na sua vida: a participação de cidadania e a vida politica ativa e a vocação sacerdotal.

O jornalista destaca também que a tese de licenciatura em Teologia de D. Américo Aguiar foi sobre “o conceito do pecado ecológico, olhar pelos olhos da Teologia para as questões do ambiente e do clima”.

O livro publicado pela Paulinas Editora, termina com o pensamento do mais novo cardeal português, um elenco de temas do aborto à Nova Evangelização.

João Francisco Gomes refere-se à “crítica” da “inexistência de pensamento”, “umas das mais ouvidas nos bastidores eclesiásticos em Portugal”.

“Se soubermos ler nas entrelinhas daquilo que são os muitos posicionamentos que Américo Aguiar vai tendo encontramos um pensamento não só teológico, mas humano muitíssimo alinhado com aquilo que é a visão do Papa Francisco para a Igreja”, realçou, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

O autor refere que conheceu o presidente da Fundação JMJ (Jornada Mundial da Juventude) Lisboa 2023 “pelo pensamento dele e não pelas obras, nem notoriedade mediática”, através do livro ‘Um padre na aldeia global – Evangelização e o Desafio das Novas Tecnologias’ (2014), do mestrado em Ciências da Comunicação.

D. Américo Aguiar nasceu a 12 de dezembro de 1973, em Leça do Balio, na Diocese do Porto. Em 1995 foi para o Seminário Maior do Porto, em 2001 ordenado presbítero, e foi ordenado bispo, a 31 de março de 2019.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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