Provedor insiste na restituição de igreja

Edifício de Campolide foi confiscado em 1910

O provedor de justiça, Alfredo José de Sousa, escreveu ao presidente da Assembleia da República pedindo a restituição da igreja de Santo António de Campolide (Lisboa) aos seus paroquianos, sem que daí advenha “qualquer encargo” para estes.

Este responsável apela a Jaime Gama e pede que o Parlamento tome uma posição sobre este assunto, por se sentir “inconformado” com o facto de o ministro das finanças ter decido não acatar uma recomendação que Alfredo José de Sousa lhe enviara em Julho deste ano.

Na carta dirigida ao presidente da Assembleia da República – a segunda figura da hierarquia do Estado – o provedor recorda que “a proximidade das comemorações oficiais do Centenário da República” são motivo “para não retardar a tomada de conhecimento pela Assembleia da República de uma medida que “permitiria reparar um dos excessos cometidos há precisamente 100 anos, com efeitos que se arrastaram até aos nossos dias”.

A carta tem em mente o confisco, por parte do Estado, dos bens pertencentes à Companhia de Jesus, ocorridos a 8 de Outubro de 1910, três dias depois de ter sido proclamada a República.

Segundo comunicado do gabinete do provedor de justiça, divulgado hoje, 28 de Setembro, Alfredo José de Sousa “tem o maior empenho na resolução deste assunto por ocasião das comemorações do centenário da República”.

Em 1993 e já em avançado estado de degradação, o imóvel foi classificado como sendo de interesse público.

O provedor de Justiça também endereçou cartas ao presidente da comissão nacional para as comemorações do centenário da República, ao Cardeal-Patriarca de Lisboa e ao primeiro-ministro.

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