Escola Católica é considerada instituição com boas práticas na prevenção de abusos e proteção das crianças
Angra do Heroísmo, Açores, 27 dez 2023 (Ecclesia) – O Colégio de São Francisco Xavier, das Irmãs de São José de Cluny em Ponta Delgada, na Diocese de Angra (Açores), recebeu o «Selo Protetor» da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens.
“Este selo, por um lado, vem confirmar todo o trabalho que temos vindo a fazer de saber bem cuidar dos que nos estão confiados; por outro lado, é o reconhecimento e um compromisso, incentivando-nos a continuar o trabalho que temos vindo a desenvolver no sentido de cuidarmos bem e protegermos as crianças e sermos um exemplo de boa conduta entre os que trabalham nesta casa”, disse a diretora do Colégio de São Francisco Xavier, ao portal de informação ‘Igreja Açores’ da Diocese de Angra.
A irmã Domingas Lisboa, da Província Portuguesa de S. José de Cluny (PPSJC), salientou que estão “sempre vigilantes”, por isso, investiram neste trabalho, “envolvendo as crianças, as famílias e os funcionários”.
“O que nós fizemos foi mapear riscos, onde estão elencadas, de forma minuciosa, situações que consideramos de maior risco para as crianças e adultos vulneráveis, mas também identificadas as medidas protetoras que estamos a implementar para evitar que estas situações possam ocorrer”, explicou a psicóloga Raquel Soares.
O Colégio de São Francisco Xavier iniciou esse trabalho em 2019, adaptando à sua realidade o Manual Geral de Proteção e Cuidado da Congregação das Irmãs de São José de Cluny , e entrou em vigor no início do ano letivo 2022/2023, em setembro de 2022.
Raquel Soares, que pertence à equipa deste projeto, acrescenta que desenvolveram um manual de conduta para “todos os elementos da comunidade”, onde estão definidos os comportamentos que todos os colaboradores devem adotar para proteger as crianças, “os que devem ser evitados e aqueles que estão efetivamente proibidos”.
“Os abusos, sejam de que natureza forem, são intoleráveis e nós faremos tudo para que eles não existam”, realçou a irmã Domingas Lisboa, que dirige este colégio das Religiosas de São José de Cluny, em Ponta Delgada, há quase 20 anos.
O Colégio de São Francisco Xavier, com valências da Creche ao Segundo Ciclo, acolhe cerca de 300 crianças e tem 55 colaboradores; esta escola católica açoriana foi a primeira na ilha de São Miguel a recebeu o ‘Selo Protetor’, na sua na 6ª edição.
O sítio online ‘Igreja Açores’ informa que o projeto ‘Selo Protetor’ constitui-se como um sistema integrado de gestão do risco e perigo e representa uma oportunidade de autodiagnóstico e capacitação dirigida às Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude (ECMIJ) no âmbito da promoção e proteção dos Direitos da Criança, de acordo com o previsto no Artigo 7º da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo e a sua atribuição significa que a entidade que o recebe tem o foco nos direitos das crianças, criando metodologias pró-ativas de promoção desses mesmos direitos.
“Este selo traz-nos uma responsabilidade acrescida, pois para além do trabalho que temos vindo a fazer, desde o último ano letivo com a implementação plena do sistema interno de proteção e cuidado, agora importa reforçar junto dos colaboradores, das crianças este desafio permanente. A escola não é perfeita e este trabalho é sempre necessário. Estamos a fazer um caminho”, acrescentou a psicóloga Raquel Soares, sobre a distinção recebida no dia 13 de dezembro, em Lagoa (Algarve).
A Congregação de São José de Cluny, fundada por Anne-Marie Javouhe, a 12 de maio de 1807, em França, chegou aos Açores em 1893, formaram uma escola e depois deram apoio aos jovens carenciados através do Lar da Mãe de Deus, que acolhia crianças desfavorecidas e excluídas pelas famílias.
Antes, em 1891, as religiosas abriram o seu primeiro Estabelecimento de Ensino, em Lisboa; com a república, em 1910, foram expulsas de Portugal e regressaram 11 anos depois; Atualmente, a Província Portuguesa de S. José de Cluny é constituída por 199 religiosas, em 21 comunidades.
CB