Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas mostra disponibilidade para continuar a «acolher e escutar as vítimas»
Lisboa, 24 mar 2025 (Ecclesia) – A equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, da Igreja Católica em Portugal, recordou hoje que o prazo para apresentação de pedidos de compensação financeira termina a 31 de março.
“Não obstante o prazo limite para apresentação dos pedidos de compensação financeira ser o próximo dia 31 de março, as Comissões Diocesanas permanecerão disponíveis para acolher e escutar as vítimas e para receber pedidos de compensação financeira após o término desse período formal”, refere a nota, assinada por Carla Rodrigues, presidente do organismo.
O texto, enviado à Agência ECCLESIA, refere que cerca de nove meses depois do início ao período de apresentação formal, foram registados 67 pedidos de compensação até ao momento, tendo sido ouvidas 31 pessoas pelas Comissões de Instrução, das quais 18 são do âmbito de atuação das Comissões Diocesanas.
As Comissões de Instrução são composta por, pelo menos, duas pessoas: uma designada pela equipa de Coordenação Nacional e outra pelo Grupo VITA.
“A esmagadora maioria das vítimas declarou que se sente ouvida, respeitada e acolhida pelas Comissões de Instrução”, refere a nota.
Em causa estão pessoas que declarem ter sido vítimas de abusos sexuais, quando crianças ou adultos vulneráveis, no contexto da Igreja Católica em Portugal.
Neste trabalho articulado entre o Grupo VITA e a Equipa de Coordenação Nacional em representação das comissões diocesanas, reiteramos aquilo que o Grupo VITA já afirmou publicamente no que se refere às entrevistas com as vítimas e à forma como têm sido conduzidas pelas Comissões de Instrução, nas quais manifestamos a nossa confiança”.
A equipa de Coordenação Nacional assume o objetivo de “garantir o respeito, a escuta, a proteção e o acompanhamento das vítimas”.
“Manifestando a nossa gratidão a todas as pessoas vítimas de abusos sexuais no contexto da Igreja Católica em Portugal por se dirigirem às estruturas nacionais e diocesanas, apelamos às que ainda não apresentaram o respetivo pedido de compensação que, caso desejem, o façam até ao final do mês de março”, conclui Carla Rodrigues.
As Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis foram criadas em 2019, por determinação do Papa Francisco, com a publicação da Carta Apostólica “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo).
A 1 de junho de 2024, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deu início ao período de “apresentação formal” dos pedidos de compensação financeira, que devem ser apresentados formalmente por escrito.
OC
Desde janeiro de 2021, a Igreja Católica em Portugal tem novas diretrizes para a “proteção de menores e adultos vulneráveis”, sublinhando uma atitude de vigilância nas várias atividades pastorais e de colaboração com as autoridades.
Durante o ano de 2022, a CEP pediu um estudo sobre casos de abuso sexual na Igreja em Portugal nos últimos 70 anos a uma Comissão Independente, que validou 512 testemunhos relativos a situações de abuso, que seria apresentado em fevereiro de 2023. A22 de maio de 2023, a Conferência Episcopal Portuguesa criou o Grupo Vita para acolher denúncias de abuso, trabalhar na prevenção e acompanhar vítimas e agressores. Os pedidos de ajuda dirigidos ao Grupo VITA podem ser encaminhados para a linha de atendimento telefónico 915 090 000 ou através do formulário para sinalizações disponível no site www.grupovita.pt. |