«Diocese do Funchal não deixará de tomar a sério as indicação e de procurar eventuais procedimentos canónicos e civis se aplicáveis no respetivo caso concreto»
Funchal, 04 mar 2023 (Ecclesia) – A Diocese do Funchal confirmou a receção de “quatro nomes resultantes das denúncias recebidas”, na conclusão dos trabalhos da Comissão independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal.
“Apesar de nenhum daqueles nomes exercer atualmente qualquer ofício eclesiástico na diocese (um deles é mesmo desconhecido), a Diocese do Funchal não deixará de tomar a sério esta indicação e de procurar eventuais procedimentos canónicos e civis se aplicáveis no respetivo caso concreto”, indica um comunicado da diocese enviado à Agência ECCLESIA.
Esta sexta-feira a Conferência episcopal portuguesa recebeu da CI uma lista com nomes “de alegados abusadores”, entregue ao presidente da CEP e dirigida às Dioceses e aos Institutos de Vida Consagrada, tendo em conferência de imprensa, D. José Ornelas assegurado “o devido seguimento por parte dos bispos diocesanos e superiores maiores segundo as normas canónicas e civis em vigor”.
O presidente da CEP, informou que as listas foram entregues a “cada diocese”, a quem compete dar início aos respetivos processos e analisar “as medidas apropriadas a tomar”.
A Diocese do Funchal, sob direção de D. Nuno Brás, sublinha a sua concordância “com todo os comunicado da CEP”, resultante da assembleia plenária de extraordinária onde o resultado do trabalho da CI e o sue relatório esteve em análise, reforçando o propósito de “tolerância zero” com todos os abusadores e para com aqueles que, “de alguma forma, ocultaram os abusos praticados dentro da Igreja Católica”.
A CEP anunciou ainda a criação de um “grupo específico” para dar continuidade ao trabalho de escuta das vítimas e recolha de eventuais denúncias de abusos sexuais de menores
“Estamos disponíveis para acolher a vossa escuta através de um grupo específico, que será articulado com a Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis”, indica o comunicado conclusivo da Assembleia Plenária Extraordinária.
A Diocese do Funchal quer reafirmar o “perdão, se em algum caso não foi capaz de proteger as vítimas”, ao mesmo tempo que “reitera o seu empenho para que qualquer futura denúncia venha a conhecer o respetivo procedimento canónico e civil expressamente consignado para a proteção das vítimas”.
“A Comissão Diocesana de Proteção das Crianças, Jovens e Adultos Vulneráveis da Diocese do Funchal continuará a exercer o seu trabalho de prevenção, de acolhimento e de acompanhamento, bem como de colaboração com os organismos eclesiais e civis”, indica.
LS
Igreja/Abusos: Bispos anunciam criação de nova comissão para acompanhar vítimas (c/vídeo)