Bispos destacam «trabalho de estudo e investigação» em curso
Fátima, 11 out 2022 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) renovou hoje o seu pedido de perdão às vítimas de casos de abusos sexuais, por membros da Igreja ou nas suas instituições, assumindo a “determinação” de evitar novos crimes.
“Reiteramos o nosso pedido de perdão às vítimas e a nossa determinação em tudo fazer para que, no futuro, tais crimes não se voltem a repetir. Uma determinação onde é urgente ver envolvida toda a sociedade”, assinala o organismo dos bispos, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, após a sua reunião mensal, em Fátima.
Os membros do Conselho Permanente aludem às recentes notícias sobre estas situações, sublinhando que “os meios de comunicação social têm um papel relevante no combate a este crime”.
“Agradecemos o trabalho que realizam na proteção das vítimas, na denúncia de casos de abusos e também no esclarecimento de suspeitas que podem recair sobre quem é injustamente acusado”, indicam.
A nota assinala, depois, a “necessidade de não condenar publicamente pessoas ou instituições, a partir de suspeitas não provadas, que não abonam a busca de verdadeira justiça nem os princípios de liberdade e deontologia do nobre papel de informar”.
Nas circunstâncias atuais, acreditamos que, mais do que a participação no debate mediático em torno deste tema, é necessário não perturbar o trabalho de estudo e investigação em curso”.
A Comissão Independente (CI) para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja em Portugal revelou hoje em conferência de imprensa, em Lisboa, que validou 424 testemunhos, que apontam a um “número significativo” de abusadores entre 1950 e 2022.
Pedro Strecht, coordenador da CI, disse aos jornalistas que o problema “atingiu uma grande expressividade”, no passado, repetindo-se em padrões que “devem ser evitados no futuro”.
O Conselho Permanente da CEP assinalou, no comunicado desta tarde, o seu “apreço” pelo trabalho desenvolvido nesta comissão e apelou à apresentação de testemunhos de quem tenha conhecimento de abusos.
“Reiteramos o nosso propósito de tomar seriamente em conta as propostas que esta Comissão venha a fazer e confiamos na justiça civil e canónica, quando devida, para a investigação e o julgamento de casos em apreciação”, apontam os bispos.
OC