Proteção de menores: Conferência Episcopal reafirmou «pedido de perdão» às pessoas que «passaram pela dramática situação do abuso» (c/vídeo)

Presidente da CEP disse que o tema «terá um lugar de destaque» na assembleia do episcopado

Foto Agência ECCLESIA/PR

Fátima, 25 abr 2022 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEO) afirmou que o tema da proteção de menores “terá um lugar de destaque” na  assembleia do episcopado que hoje iniciou e reafirmou o “pedido de perdão” às pessoas que  passaram pela “dramática situação do abuso”.

“Às pessoas que passaram pela dramática situação do abuso reafirmamos o nosso pedido de perdão, em nome da Igreja Católica, e o nosso empenho em ajudar a sarar as feridas”, disse D. José Ornelas nas palavras de abertura da 202ª Assembleia Plenária da CEP.

O presidente da assembleia do episcopado agradeceu, em nome da A Conferência Episcopal Portuguesa, “a colaboração dedicada e responsável de todas as pessoas que integram as Comissões Diocesanas e sua Coordenação Nacional, assim como o trabalho da Comissão Independente”.

D. José Ornelas lembrou que, entre 2019 e 2020, “todas as dioceses criaram as respetivas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e, em fevereiro de 2022, foi constituída uma Coordenação Nacional destas mesmas Comissões, para implementar procedimentos, orientações e esclarecimentos que possibilitem um melhor e mais articulado trabalho de todos”, coordenada por José Souto de Moura.

O presidente da CEP afirmou também que “paralelamente, e por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, foi criada uma Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa, com o objetivo prioritário de realizar um estudo que vise o apuramento histórico desta questão, assim como o de criar uma estrutura de ‘escuta’, a nível nacional”, coordenada Pedro Strecht, que “desenvolve o seu trabalho de forma autónoma”.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica Portuguesa iniciou o seu trabalho em janeiro de 2022 e, na apresentação do balanço dos primeiros três meses, no dia 12 de abril, disse que registou 290 testemunhos.

A Conferência Episcopal expressou palavras de “profunda gratidão a quem já se aproximou para contar a sua dura história, superando compreensíveis resistências interiores, marcadas certamente por feridas profundas” e encorajou “as pessoas que ainda procuram o momento mais apropriado para se referirem ao que nunca devia ter acontecido nas suas vidas, para que o façam”.

“Estamos convosco: acompanhamos-vos na vossa dor, queremos ajudar a repará-la e tudo faremos para prevenir situações como as que tiveram de enfrentar”, disse D. José Ornelas, acrescentando que “este tema não está encerrado” e exige “acompanhamento ativo e cuidado para pôr em prática processos e atitudes que defendam a integridade, a dignidade e o futuro de todas as pessoas, particularmente as crianças e aqueles que se encontram em situação de fragilidade, na Igreja e na sociedade”.

“Como Igreja, sentimos o imperativo do Evangelho que anunciamos e que implica a promoção de uma cultura de respeito e dignidade que favoreça o são desenvolvimento de cada pessoa e ajude a sarar as feridas que permaneçam abertas”, sublinhou D. José Ornelas.

A 202ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que hoje iniciou, decorre na Casa Nossa Senhora das Dores, no Santuário de Fátima, até à próxima quinta-feira, dia 28 de abril.

PR

Palavras de Abertura da 202.ª Assembleia plenária da CEP (c/vídeo)

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Agência ECCLESIA

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