Proteção de Menores: «Esta é uma batalha que nunca está vencida» – D. Vitorino Soares

Diocese do Porto promove ações de formação para padres e agentes pastorais

Porto, 13 fev 2023 (Ecclesia) – A Diocese do Porto mobilizou centenas de sacerdotes e agentes pastorais, no mês de janeiro, em ações de formação e sensibilização que visam a “erradicação” de abusos cometidos sobre menores e pessoas frágeis.

Para D. Vitorino Soares, bispo auxiliar do Porto, a realização de ações alargadas, como estas, é “muito importante para todos”.

“Isto não é uma questão apenas para o bispo, para a Igreja, mas para cada um em particular e, por isso, independentemente daquilo que possa resultar e do relatório que vai sair esta é uma batalha que nunca está vencida”, disse à Agência ECCLESIA.

As iniciativas pretendem “sensibilizar” para uma problemática que “passa pelo coração” de cada pessoa e “não é apenas uma questão de legislação”, sublinhou o bispo auxiliar do Porto.

As duas ações de formação com o clero reuniram cerca de 200 padres e outras duas, com agentes de pastoral e leigos, cerca de 300 participantes.

D. Vitorino Soares sublinha que, neste campo, a prevenção é essencial, realçando que “se há feridas” é fundamental “ajudar a curar”, mas sobretudo “evitar que elas possam acontecer no futuro”.

Mais do que um exemplo de seriedade à sociedade, estas ações pretendem criar “dentro das comunidades espaços de confiança”, referiu ainda.

A luta da diocese, indica o bispo auxiliar, é tornar o “ambiente mais saudável”, mas isto não quer dizer que “a doença não persista”.

“Esta batalha não está vencida pelo facto de se apresentar o relatório”, disse D. Vitorino Soares, a respeito do documento que a Comissão Independente vai apresentar esta segunda-feira.

“Tudo o que é mau tem de ser erradicado”, insiste.

O também reitor do Seminário Maior do Porto acrescenta que, na instituição, a preocupação é “sempre de futuro, naqueles que vão ser pastores e vão acompanhar comunidades e grupos”.

O seminário oferece aos futuros padres formação no sentido de “se defenderem e defenderem também os outros neste respeito por cada um”, “não apenas do abuso sexual, mas também abuso de ordem espiritual”.

O poder espiritual, alerta D. Vitorino Soares, “pode manipular pessoas”; os formadores, pelo contrário, devem ser “promotores de autonomias e independências”.

Quanto às ações de formação, o bispo auxiliar sublinha que as mesmas vão continuar no futuro, porque a “sensibilização deve manter-se”.

Em carta enviada a sacerdotes, diáconos e aos responsáveis dos secretariados, movimentos e obras, D. Manuel Linda, bispo do Porto, sublinhou que a diocese “está fortemente empenhada na erradicação de todo e qualquer género de abusos cometidos sobre menores e frágeis, concretamente de natureza sexual”.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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