Quase 2 milhões de peregrinos concentraram-se ontem, em Mina, para repetir o ritual da “lapidação de demónio”. O ritual repetiu-se, como todos os anos, apesar das 251 mortes registadas no Domingo. O rei Fahd fez um apelo à modernização dos lugares santos de Meca e Medina. Os primeiros fiéis chegaram antes do amanhecer à esplanada onde estão as colunas que simbolizam o demónio, para cumprir o último ritual da peregrinação anual muçulmana a Meca, sob a vigilância de milhares de policiais. No local não restavam vestígios da tragédia ocorrida este Domingo, quando uma avalanche humana causou 251 mortos, entre eles numerosos asiáticos, principalmente indonésios e paquistaneses. Após tomar conhecimento da notícia, o rei Fahd, da Arábia Saudita, publicou um decreto para modernizar as cidades santas, num projecto de 20 anos que deverá ser concretizado pelos seus ministros, com ajuda de especialistas locais e estrangeiros. O Ministro saudita da Peregrinação, Iyad bin Amin Madani, informou que 2 mil membros da Guarda Nacional tinham sido convocados para ajudar os 10 mil policias que já estavam mobilizados no lugar. O ritual da lapidação do demónio, que marca o primeiro dia da “Aid al Adha” (festa do sacrifício), consiste em atirar sete pedras, cada dia, contra cada um dos três pilares de 18 metros de altura, que representam Satanás. Segundo a tradição, o demónio apareceu, nesse lugar, ao profeta Abraão, ao seu filho Ismael e à sua esposa Hagar, cada um dos quais lhe atirou sete pedras.
