Projecto «Família Jovem» em Coimbra

Há cerca de um ano, a diocese decidiu avançar com o projecto “Família Jovem”. Com ele, pretende-se ajudar os casais novos que ainda nos vão procurando de vez em quando (na preparação para o casamento, aquando do baptismo dos filhos e na matrícula destes na catequese), acompanhando-os “na prosperidade e nas provações”, prevenindo, assim, possíveis rupturas irreversíveis. Deixemos os dois últimos momentos para outra oportunidade e debrucemo-nos sobre o acompanhamento dos casais que frequentaram o CPM e foram sensibilizados para este projecto. De Janeiro a Julho p.p., 17 noivos aceitaram ser ajudados pelas estruturas da Igreja. A responsabilidade está agora do nosso lado e não podemos desiludi-los. São 17 potenciais famílias que têm de ser “comunidades de vida e amor”. Conforme consta do projecto, o Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar (SDPF) contacta o sacerdote responsável da paróquia de residência do casal. O pároco, em conjunto com a Equipa Paroquial da Pastoral Familiar (EPPF), ou com outras estruturas paroquiais, escolhe um casal amigo para acompanhar, “com engenho e arte”, a nova família. Se não houver na comunidade um casal disponível para o efeito (será mesmo que não há?), então o SDPF recorrerá aos movimentos de espiritualidade familiar para destacarem um casal que se disponha assumir esta tarefa. É claro que este cenário será sempre o último recurso, pois compete à comunidade local fazer o acompanhamento destes novos casais, muitos deles a residir pela primeira vez na região. E o que deve fazer o casal amigo para acompanhar e apoiar o “casalito”? Entra aqui a criatividade da EPPF e da comunidade local. Tendo os contactos dos cônjuges, não será difícil enviar uma mensagenzita de vez em quando (via mail, telemóvel ou telefone), ou trocarem umas palavras num café e se “cativarem” mutuamente, criando “laços”. Depois de se “relacionarem” (e estamos a ver que o acolhimento é fundamental), podem surgir milhentas coisas, como por exemplo, convites para participarem numa festa, para frequentarem um encontro de formação, para integrarem uma estrutura paroquial (quiçá a própria EPPF) ou um movimento, etc. E assim tornávamos estes casais jovens, já “maduros”, evangelizadores de outros casais. É obvio que para tudo isto se tornar exequível (e não passar das “boas intenções”) há que ter muito cuidado na escolha deste casal amigo. Convém que sejam pessoas com (boa) experiência matrimonial e com capacidade de acolher, isto é, de saber sorrir, mesmo no meio das dificuldades e com humildade suficiente para partilhar os seus êxitos, mas também os seus fracassos. E mais: que saibam dizer aos noivitos que as dificuldades, os amuos, as indecisões, as frustrações, o sofrimento, etc., fazem parte desta caminhada a 2 (e a 3, e a 4, e a 5, se tiverem filhos, como todos desejamos); que também saibam dizer que vale a pena superar as dificuldades, pois é fantástico viver o amor conjugal; que também saibam dizer que uma família “feliz” (ou seja, que aceita a provação e a transforma em prosperidade) é mais de meio caminho para nos sentirmos bem. Vamos “agarrar” (isto é, prender com garra, com entusiasmo) estes 17 casais (e todos os outros que, futuramente, também nos vão pedir ajuda) com muita Fé e Esperança. Nós precisamos urgentemente desta pastoral de pessoas com rosto, com nome, em detrimento da tradicional pastoral de massas. Meia dúzia de bons casais numa comunidade bastarão para “converter” muitas famílias. Uma sociedade com novos paradigmas, novos comportamentos e novas formas de estar, exige novos desafios. Precisamos de ser ousados e criativos, e acreditar que um casal “salvo” (já) é extraordinário. Avancemos, pois, para um novo ano pastoral na certeza de que as nossas comunidades vão ter a vitalidade suficiente para acarinhar estes casais e apetrechá-los com as defesas necessárias para sublimar (isto é, “tornar sagradas”) as contrariedades da vida. Custe o que custar!

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