Procissão dos Passos de Celeirós uniu a comunidade

A comunidade paroquial de Celeirós, em Braga, engalanou- se ontem para a 67.ª edição dos Passos de Celeirós, um dos mais importantes da zona de Braga. Trata-se, como explicou o padre Fernando Apolinário Marques, de um momento de reflexão, de união entre os diversos movimentos paroquiais, mas é também uma oportunidade para a devoção e interiorização da mensagem de Cristo na caminhada até à Páscoa. A gigantesca procissão é formada por centenas de figurantes que encenam diversos quadros bíblicos, do Antigo e do Novo Testamento, todos com mensagens de grande actualidade. “Dar de comer a quem tem fome”, “vestir os nus”, “dar pousada aos peregrinos”, corrigir os que erram”, entre outras Obras de Misericórdia, foram algumas das mensagens que foram passando através dos figurantes. O padre Fernando Apolinário Marques acredita que, apesar do movimento criado à volta da procissão dos Passos, há momentos de reflexão e oração e, sobretudo, há mensagens que ficam. «Há devoção e há interioridade. Mesmo com os negócios e outras distracções à volta dos Passos, há espaço para a mensagem de Cristo. Com as reflexões e com as mensagens dos quadros bíblicos, as pessoas são obrigadas a sentir o apelo à conversão e à mudança de vida», disse. O sacerdote não tem dúvidas de que é a maior “festa” da freguesia. «Os Passos de Celeirós são famosos e as pessoas querem continuar com esta tradição, que é também uma manifestação de fé. Há um bairrismo saudável, daí o grande envolvimento de toda a freguesia. A vaidade, quando não é pretensiosa, é boa», entende. O momento do encontro das imagens de Cristo Crucificado com a Virgem Mãe é dos mais esperados pelos fiéis e por todos aqueles que acompanham a procissão. E é durante o momento de maior concentração e até de emoção que se faz o sermão. O pregador, padre Araújo, pediu aos presentes para olharem para o exemplo da Mãe do Céu que não abandona os seus filhos, mesmo quando todos O abandonaram. «Neste momento, há mães que choram porque os filhos não têm emprego, mães que choram porque os filhos se perderam por outros caminhos, mães que choram porque os filhos são vítimas de assaltos, de guerras e de outras agruras », disse, pedindo à Mãe do Céu para todas as mães, incluindo aquelas que abandonam os seus filhos e que não assumem as suas responsabilidades. No meio da multidão, que aproveitou o bom tempo que se fez sentir, estiveram 200 figurantes, 70 pessoas que encenaram quadros bíblicos, 60 escuteiros de Celeirós, 40 Guias de Portugal, o Rancho Folclórico, elementos dos Bombeiros Voluntários de Braga, entre outros movimentos pastorais da paróquia.

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