Processo de catecumenado é «decisivo» para a renovação da Igreja

Clero de Viana do Castelo reflectiu vários dias sobre o processo da Iniciação Cristã

Dionisio Borobio num autêntico “acto de fé” no processo de catecumenado defendeu ontem, em Viana do Castelo, no encerramento das Jornadas de Formação Permanente do Clero, que é urgente «recuperar a “peça” mais tradicional e mais apropriada para realizar uma verdadeira iniciação cristão» e a «renovação da Igreja».

Um processo que foi decisivo na Igreja inicial como algo «próprio daqueles que queriam ser cristãos» perdeu vitalidade no percurso do tempo mas, hoje, pode ser empregue em diferentes momentos e circunstâncias da vida das pessoas, das que já foram baptizada, “eucaristizadas” e confirmadas, àquelas que querem aderir a Jesus Cristo e que por isso são convidadas a uma preparação adequada.

Num mundo neo-pagão «estamos constrangidos a levar a sério o catecumenado», defendeu aquele catedrático de Salamanca a fim de «suscitar a conversão e a fé», levar as pessoas à «experiência do mistério da salvação» e promover e apoiar o sentimento efectivo e afectvio de pertença e consequente missão a que são chamados todos os discípulos, numa moral e ética coerente.

Enfatizando que «não somo cristãos para sermos catecúmenos, mas que somos catecúmenos para sermos cristãos», Boróbio acentuou que se trata de um processo que implica «etapas ou progressividade», com um tempo e um espaço bem delineado e definido.

Por outro lado, explicou, estas etapas implicam ritos, que marquem a sua evolução e que conduzam à construção e à vivência em comunidade. Neste capítulo é fundamental que a comunidade assuma o “grupo” em caminhada até porque está ali a semente da sua própria renovação.

Este processo implica conhecimentos bem definidos que passam pelos temas fundamentais da fé que, mais do que a «iluminação intelectual», hão-de conduzir a um compromisso cívico e eclesial expressos numa nova forma de viver na sociedade e na Igreja.

Fazer esta caminhada de conversão e adesão «compromete a vida toda», sustentou o orador deste mini-curso sobre a “Iniciação Cristã”, salientando que, apesar das dificuldades da recuperação e implementação deste processo nas nossas comunidades, alertou que não é necessários «inventar» nada, bastando estudar, conhecer melhor e adaptar às circunstâncias as propostas que integram o “Ritual de Iniciação Cristã de Adultos”.

No encerramento destas Jornadas que ao longo dos últimos dias reuniu algumas dezenas de sacerdotes no Seminários Diocesano, D. Anacleto Oliveira nas palavras de agradecimento ao orador, desafiou os seus sacerdotes a considerarem «isto» o início de um processo.

A conclusão do dia foi com a celebração eucarística onde foram recordados os sacerdotes falecidos, particularmente, neste ano: D. Armindo Lopes Coelho, D. Carlos Pinheiro, José carvalho Arieiro, Alexandrino Cardoso, Abílio de Sá e Cesário Miranda.

Expressando a sua emoção por estar a celebrar no Seminário e pela primeira vez apenas para os padres do seu presbitério, D. Anacleto desfiou os sacerdotes a não se acomodarem antes de terem feito surgir, no mínimo, «três vocações ao sacerdócio».

Terminou a homilia a agradecer a Deus as vocações que suscita através do testemunho dos sacerdotes.

Paulo Gomes

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