Prisões: Subdiretor da Direção-geral da Reinserção e Serviços Prisionais enaltece trabalho pastoral da Igreja

Agentes católicos dão aos presos apoios dentro da cadeia e na fase de «transição» para a sociedade que o «sistema ainda não consegue dar»

Fátima, Santarém, 03 mai 2014 (Ecclesia) – O subdiretor da Direção-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, Licínio Lima, enalteceu hoje em Fátima o papel que a Igreja Católica tem desempenhado na recuperação e reinserção social dos reclusos.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, aquele responsável salientou que os agentes de Pastoral Penitenciária, sacerdotes e leigos voluntários, conseguem dar algo aos presos que o “sistema ainda não consegue dar”, uma “perspetiva de liberdade e de verdade que muda crenças” e faz “acreditar” quem tem de construir novos “projetos de vida”.

Licínio Lima está em Fátima a participar no 1.º Congresso Ibérico da Pastoral Penitenciária, que tem como tema “Dignificar a pessoa presa”.

Existem atualmente em Portugal cerca de 14 mil reclusos, a maior parte a cumprir penas entre os três e os seis anos de duração.

De acordo com o subdiretor da Direção-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, “o grande problema não é pô-los fora da cadeia, é eles saírem livres, mesmo livres” dos problemas que os colocaram naquela situação.

“Infelizmente muitos saem, mas saem presos, presos a modelos de vida, presos a esquemas que vão ser continuados depois em liberdade e os vão levar novamente dentro”, aponta Licínio Lima.

É aqui que a Igreja Católica desempenha um papel decisivo, refere aquele responsável, já que também em muitos casos os agentes pastorais são também o primeiro e único elo que os presos têm com o mundo exterior.

“Esses agentes significam para nós uma casa de saída, mesmo que não seja uma casa física, mas uma entidade que sabemos que os podem acolher, aquela casa de transição em que o recluso passa o tempo ainda resguardado para depois poder caminhar sozinho”, complementa.

Neste momento, “embora faça parte de um plano para o futuro”, o sistema prisional em si também “não tem como dar a mão” a quem sai em liberdade e enfrenta o primeiro embate, no regresso à realidade social.

Existem também “poucos técnicos de reinserção social que possam fazer o acompanhamento do recluso, mesmo em liberdade condicional”.

Nesta perspetiva, o trabalho da Pastoral Penitenciária é visto por Licínio Lima como “fundamental”, enquanto “mão” que ajuda a puxar estas pessoas para cima mas também enquanto serviço que ajuda a transformar a prisão naquilo que deveria ser, “um espaço de humanização”.

HM/JCP

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Agência ECCLESIA

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